A China se tornou a maior inimiga do bitcoin (BTC) nos últimos meses. O país vem impondo uma série de novas proibições sobre transações e serviços envolvendo moedas digitais e causando uma queda sem precedentes no poder de processamento da rede da criptomoeda ao restringir a atividade de mineradores. Agora, parece que as empresas expulsas do país começaram a se reestabelecer em outros locais e o blockchain do bitcoin parece estar recuperando seu poder.
Milhares de mineradores haviam sido expulsos da China sob alegações de que essas instalações estavam consumindo muita energia e afetando as metas climáticas do país. Lugares que antes forneciam até mesmo subsídios para que a atividade fosse realizada lá começaram a caçar primeiro as empresas que estavam registradas publicamente como mineradoras de criptomoedas.
Governos locais, como da província de Sichuan, expandiram suas buscas para identificar quem minerava o ativo como atividade secundária. Como resultado, em cerca de um mês a mineração de bitcoin no mundo todo sofreu um golpe inédito, perdendo aproximadamente 50% de seus mineradores e fazendo a taxa de hash global despencar da máxima histórica de 180 EH/s (exahashes por segundo) para a mínima de 84 EH/s registrados no início de julho, conforme dados da plataforma Blockhain.com.
Taxa de hash de bitcoin cresceu 22% em julho
Contudo, desde a enorme queda, o blockchain do bitcoin vem demonstrando sinais de recuperação de se poder de processamento. A taxa de hash global da criptomoeda já cresceu cerca de 22% desde então, indicando que os mineradores expulsos da China estão completando sua migração e reestabelecendo suas atividades.
A queda repentina também resultou na constante diminuição da dificuldade de mineração da criptomoeda, tornando a atividade mais atrativa e lucrativa. Esses ajustes são importantes para que empresas consigam retomar as atividades.
Tendo em vista que o destino mais popular é os Estados Unidos e que o custo de energia elétrica inevitavelmente se torna mais caro, os mineradores que estavam na China sofreram enormes prejuízos e devem voltar a operar lucrando menos. Conforme mais máquinas de mineração voltam a ser ligadas, a dificuldade da atividade também deve aumentar gradualmente.
Estados Unidos devem se tornar novo polo de mineração
A China chegou a ser responsável por mais de 75% de toda a taxa de hash global de bitcoin em setembro de 2019, segundo dados do Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index (CBECI). Os números mais recentes são de abril de 2021, mês que já indicava uma queda significativa na participação chinesa, que passou a ser de 46%, e a ascensão dos EUA como polo de mineração de bitcoin, que chegou a 17%.
Contudo, espera-se que esse percentual americano dispare conforme se atualizem os dados, ultrapassando os 50% de participação na mineração de bitcoin entre os meses de junho e julho.
Fonte: https://www.terra.com.br/