quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Presidente da SEC declara apoio a ETF de Bitcoin e aumenta expectativa por aprovação nos EUA

 


O presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês), Gary Gensler, se mostrou favorável à aprovação de um fundo de índice (ETF) de Bitcoin. Em fala para a conferência The Future of Asset Management North America, Gensler disse acreditar que existe um lugar para ETFs de Bitcoin que acompanhem índices de futuros.

Ele destacou especificamente os ETFs de Bitcoin que investem em contratos futuros negociados na Chicago Mercantile Exchange, a principal bolsa de derivativos dos EUA, e se registram sob a norma “Investments Company Act” de 1940. Para o chefe do órgão regulador americano, a regulação “fornece proteções significativas ao investidor”.

Apesar de afirmar que não fala em nome da SEC, a declaração alimenta a expectativa de aprovação de um dos pedidos apresentados por diversas gestoras nos últimos meses. As propostas inicialmente envolviam a aquisição direta de Bitcoin, mas logo foram alteradas para espelhar produtos de futuros negociados na bolsa de derivativos de Chicago como forma de agradar os reguladores.

“Estou ansioso para ver a análise da equipe [da SEC] de tais pedidos”, disse Gensler.

A aprovação de um ETF de Bitcoin, mesmo que seja de futuros, é vista como potencial catalisador para um novo rali em outubro, quem sabe em busca de um recorde de preço, já que abriria caminho para que mais fundos institucionais ganhem exposição à criptomoeda – o que se comenta nos bastidores é que apenas uma pequena parcela se arriscou na compra por meio de intermediários, ou na aquisição do produto de Bitcoin da Grayscale, o GBTC.

Por outro lado, especialistas ouvidos pelo InfoMoney comentam que não necessariamente a aprovação de um ETF de futuros de Bitcoin vá provocar alta nos preços. Até aqui, produtos do tipo tiveram pouca procura na comparação com ETFs de Bitcoin “físico”, modalidade já adotada em diversas propostas apresentadas à SEC, mas que nunca foram aprovadas.

Fundos que de fato compram Bitcoin, negociados no Canadá e na Europa, acumulam números promissores. Segundo dados da ByteTree Asset Management, produtos do tipo possuem atualmente cerca de 801.000 BTC, o equivalente a 4,3% da oferta total da criptomoeda. Ainda segundo a ByteTree, as cotas comercializadas saltaram de 250.000 em 2019 para 800.000 em 2021, em movimento que teria tido participação importante na disparada do Bitcoin de US$ 5.000 para US$ 64.0000.

O Brasil tem dois ETFs aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e que foram listados na B3 em junho, caso do QBTC11, da QR Asset, e em agosto, o BITH11, da Hashdex. Juntos, eles registram patrimônio líquido de R$ 215,29 milhões, o equivalente a pouco mais de US$ 40 milhões.

Fonte: https://www.infomoney.com.br/

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Bitcoin registra Golden Cross e anima investidores, mas especialistas alertam para falta de peso no preço; entenda


 

Investidores de Bitcoin (BTC) ficaram atentos a um possível sinal de alta da criptomoeda na última quarta-feira (15) após o registro do Golden Cross (cruz de ouro), um indicador técnico conhecido entre analistas que apontaria para um cenário otimista de início ou, no caso atual, para a continuação de uma tendência de alta. No entanto, especialistas ouvidos pelo InfoMoney minimizam sua importância e alertam traders menos experientes.

Inverso do Death Cross (cruz da morte), o Golden Cross acontece quando a linha de uma média móvel de curto prazo cruza de baixo para cima a linha de uma média móvel de longo prazo. A mais clássica delas, que envolve as médias móveis aritméticas de 50 e 200 dias, acaba de ser registrada após nova alta na cotação do ativo, que voltou a ser negociado acima de US$ 48.000.

A última vez que um Golden Cross foi registrado no gráfico diário do BTC foi em maio de 2020, pouco depois da forte queda durante o crash dos mercados mundiais por conta da explosão da pandemia de Covid-19 – que, por sua vez, havia sido precedido por um Death Cross, que ocorre quando a média móvel de 50 dias cai abaixo da média de 200 dias.

Desde então, o preço do Bitcoin disparou de pouco menos de US$ 10.000 e iniciou um movimento de alta que resultou em uma valorização de 100% em cerca de sete meses, e de mais de 500% em 11 meses, quando a criptomoeda atingiu a máxima histórica pouco abaixo de US$ 65.000 em abril de 2021.

A cruz da morte mais recente foi registrada em junho deste ano, já após o início de uma forte correção de preço. Ainda assim, o evento marcou uma desvalorização de aproximadamente 20% adicionais no preço do Bitcoin, que chegou à mínima anual próxima de US$ 28.000 em julho.

Historicamente, no entanto, o Golden Cross nem sempre precedeu aumentos de preço no curto ou médio prazos, servindo por vezes de armadilha para traders que apostaram no indicador como único sinal para comprar e esperar o lucro. Um desses casos ocorreu ano passado, quando o Golden Cross que surgiu no gráfico em fevereiro foi invalidada completamente pela crise da Covid.

Para alguns analistas, o indicador deve ser acompanhado de outros dados para validar a tendência. Um deles seria o volume de negociações, que precisaria aumentar para dar ensejo a uma nova alta de preços. Até aqui, os volumes de trade vêm caindo desde o sentimento negativo que tomou conta do mercado em junho.

Há ainda quem considere que o indicador não deve sequer ser levado em consideração, já que foi concebido há muitos anos para analisar a bolsa e não se aplicaria ao Bitcoin e demais criptomoedas. “Não serve para nada. Cada ativo é um ativo”, dispara Fausto Botelho, veterano analista técnico e fundador da Enfoque, que considera que o indicador é mais voltado para o mercado de ações. Segundo ele, ferramentas gráficas para criptomoedas são atualmente otimizadas para bots de trading a um custo milionário, tornando indicadores como o Golden Cross defasados.

A pedido da reportagem, Botelho traçou um histórico de eventos de Golden Cross e Death Cross para o Bitcoin e descobriu uma taxa de acerto inferior a 50%. Ainda assim, nas vezes em que acertou, como em julho deste ano, o indicador só confirmou uma tendência que já estava em curso e poucas vezes foi útil para prever movimentos de alta ou baixa.

O especialista ressalta também que as cruzes de ouro ou da morte sequer são os primeiros sinais dados pelas médias móveis – há pelo menos outros três elementos que precisam compor a análise, de modo que, sozinho, um Cross não teria o peso que alguns analistas fazem crer.

O indicador tem ainda menos importância para analistas fundamentalistas, que apostam no Bitcoin como novo padrão monetário no futuro com tendência única de alta no longo prazo. Este é o caso de Alexandre Vasarhelyi, gestor de portfólio da BLP, que ignora o evento atual ou qualquer possível variação no curto prazo. “A gente sempre compra, nosso call é que vai subir no longo prazo”.

Ele considera que o ciclo atual é diferente dos demais vistos até aqui para o Bitcoin, e um dos indícios seria a subida de preço sem aumento expressivo da volatilidade. Sua aposta é que o preço da criptomoeda espera apenas um catalisador externo para chegar a mais pessoas e explodir de vez, algo que dificilmente combinaria necessariamente com um padrão técnico como o Golden Cross.

Vasarhelyi também ignora a ideia de que é preciso observar um aumento contínuo no volume para alimentar novas possibilidades de alta. “Essa é uma métrica antiga. Hoje em dia grande parte do mercado é algoritmo. Se tiver movimentação, tem volume, não é como no passado. A gente vê isso bem fácil em todas as quedas”, avalia.

A expectativa no curto prazo recai principalmente sobre a aprovação do ETF de Bitcoin por parte dos reguladores dos EUA, esperada para outubro deste ano, e que, na sua opinião, teria o potencial de ser para o BTC o que o navegador foi para a Internet nos anos 1990.

Curiosamente, o prazo de espera coincide com uma projeção de Botelho, que usa a análise gráfica para reforçar a expectativa de salto de preço do Bitcoin em proporção parecida a ciclos anteriores. Considerando o histórico das ondas de valorização da criptomoeda, o analista projeta o início de uma nova disparada de preço já em novembro, a caminho de máximas de US$ 100 mil no cenário mais conservador ou de até US$ 2 milhões no mais otimista.

Fonte: www.infomoney.com.br

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Bitcoin vai a R$ 523.000 em 2021 e Ethereum R$ 180.000 no longo prazo, segundo Banco britânico

 


A equipe de pesquisa do banco britânico Standard Chartered começou a cobrir o mercado de criptomoedas. Os seus primeiros relatórios abordam as duas maiores criptos, Bitcoin e Ethereum, que podem ter altas significativas ainda este ano.

estudo do SC coloca o Bitcoin com um preço de 120.000 dólares, cerca 627.000 reais na cotação atual, em 2040. Este valor foi baseado na alta impressão de dinheiro pelo governo em comparação com a impressão controlada, e cada vez menor, de bitcoin.

Oferta de BTC vs M2 dos EUA e previsão de preço do BTC. Fonte: Standard Chartered
Oferta de BTC vs M2 dos EUA e previsão de preço do BTC. Fonte: Standard Chartered

Tal característica do Bitcoin o coloca como uma das melhores opções de reserva de valor do mundo.

Bitcoin a mais de R$ 500 mil ainda em 2021

Embora o ouro também seja escasso, conforme o seu preço aumenta mais investimento na extração do metal será feito, ou seja, mais ouro será minerado, o que pode causar um equilíbrio de preço, já que haverá mais oferta.

Já no Bitcoin, a entrada de mais BTC no mercado é limitada, e diminui pela metade a cada ~4 anos, independente do seu preço.

Seguindo este pensamento, a equipe da SC comparou o aumento do preço do bitcoin após cada halving (a diminuição pela metade da geração de novas moedas).

Desde o último evento que ocorreu em 2020, o Bitcoin subiu apenas 6x, um valor muito pequeno quando comparado ao crescimento de 28x após o halving de 2016 e de 93x após o de 2012.

Preço do BTC por oferta e preço após halvings. Fonte: Standard Chartered

Picos de preço pós-halving ocorreram cerca de um ano e meio após o evento, isso pode fazer com que o bitcoin chegue a 100.000 dólares, 523.000 reais na cotação atual, ainda este ano ou no início de 2022. Tendo um multiplicador de 12x, ainda bem baixo quando comparado aos anteriores.

Dos 21.000.000 BTC, restam apenas 2.185.363 fora do mercado. Cerca de 10%.

Bitcoin vs Ethereum

Embora semelhantes, as duas maiores criptomoedas apresentam várias diferenças. Enquanto o Bitcoin é visto e usado como moeda e reserva de valor, o Ethereum é um supercomputador global que lida com contratos inteligentes.

A adoção do BTC, e não do ETH, em El Salvador é um bom exemplo disso. A impressão de novos ETH, sem halvings ou plano fixo, o deixa em desvantagem em relação ao BTC.

Outra grande vantagem do Bitcoin, em relação a todas outras, é que ele foi a primeira criptomoeda a se estabelecer no mercado. Seus 12 anos de existência comprovam, a cada dia mais, a sua segurança.

Ethereum a R$180.000 no longo prazo

Segundo o relatório do SC, o Ethereum pode chegar ao valor de 35.000 dólares, 183.000 reais na cotação atual. Porém, para isso acontecer, o preço do bitcoin deve chegar a 175.000 dólares, ou 915.000 reais.

Este cálculo foi baseado com a alocação de criptomoedas em 2% dos portfólios globais e levando em conta possíveis melhorias do protocolo com a migração para Proof-of-Stake (PoS) que ocorrerá com o chamado ETH 2.0.

Estas melhorias podem incluir uma geração menor de novas moedas, além de escalar o projeto em capacidade de transações por segundo.

Transações por segundo do ETH 2.0. Fonte: Standard Chartered

Embora o Bitcoin seja dominante no setor de pagamentos, o Ethereum explora outros mercados devido a sua capacidade de rodar contratos inteligentes.

O Ethereum conseguiu criar um forte ecossistema ao redor de si, e cada projeto orbitando o Ethereum acaba fazendo com que mais pessoas comprem o token ETH.

Enquanto no Bitcoin, muitas pessoas compram e holdam suas moedas, no Ethereum muitas pessoas acabam comprando ETH para utilizar aplicativos criados em cima dele.

Estes aplicativos, ou dApps (aplicativos descentralizados), ganham novas formas a cada dia. Organizações Autônomas Descentralizadas (DAOs), NFTs, ICOs e Finanças Descentralizadas (DeFi), todos estes setores impulsionaram o preço do Ether, cada qual na sua época. Além disso é bem provável que o Ethereum tenha outro caso de uso, ainda não estudado, no futuro.

Assim como o Bitcoin tem a vantagem de ter sido a primeira criptomoeda, o Ethereum tem a mesma vantagem sobre seus competidores que trabalham com contratos inteligentes e, inclusive, EVM (Ethereum Virtual Machine) como a Binance Smart Chain.

Apesar de suas altas taxas de transação, especialmente em tokens mais complexos, o Ethereum é a moeda preferida por desenvolvedores e usuários.

Isso faz com que o Ethereum seja um complemento ao Bitcoin, e não um concorrente direto como outras criptomoedas como Litecoin (LTC) e Monero (XMR).

O futuro

As estimativas de preço, tanto para o Bitcoin quanto para o Ethereum, realizadas pelo banco britânico Standard Chartered parecem bem possíveis.

A adoção do Bitcoin por um país e o crescimento contínuo de novos projetos sólidos no Ethereum podem ser apenas o começo de um mundo mais descentralizado e apoiado por códigos.

Fonte: livecoins.com.br


sábado, 11 de setembro de 2021

Como fica a economia de El Salvador após adoção do bitcoin como moeda oficial

 


El Salvador se tornou o primeiro país a adotar bitcoin como moeda oficial, uma decisão que divide a opinião de especialistas. Logo na estreia, na terça-feira (7), a cotação da moeda chegou a cair mais de 10%, abaixo dos US$ 43 mil. Mas acabou se recuperando no dia seguinte.

A decisão não foi bem aceita pela população salvadorenha, que foi às ruas em protestos contra o governo do presidente Nayib Bukele.

Segundo especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business, a medida é “complexa” e está em fase de “aceitação e experiência”. E ainda traz um cenário de incerteza em uma economia já com baixo poderio global.

Walter Franco, professor de economia do Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercados e Capitais) entende que, mesmo com oficialização da criptomoeda em El Salvador, é preciso medir os impactos da utilização de uma moeda digital na população local.

Walter acredita que a iniciativa poderá servir de referência para outros países, mas ressalta uma “complexidade” da mudança somada à falta de diálogo do governo com os salvadorenhos.

“O mundo é digital. A tendência é que bancos centrais adotem, de forma gradual, as criptomoedas. Claro, com cuidados e segurança aos usuários, e sob o controle do Estado. As moedas virtuais não surgiram com o propósito de serem controladas por grandes bancos. Entretanto, penso ser inovador e importante”, avalia Walter.  

Desde junho — mês em que a Lei do Bitcoin foi aprovada em El Salvador — a população local tem ocupado as ruas da capital São Salvador exibindo cartazes com frases como “Bukele, não queremos bitcoin” e “não à lavagem de dinheiro”.

Segundo a Câmara de Comércio e Indústria de El Salvador, uma pesquisa feita por eles apontou que o receio da população se dá pelo fato de não entenderem como a nova moeda oficial funciona e por conta de sua volatilidade.

Longo caminho

O professor do Ibmec ressalta que a oficialização da moeda em El Salvador deve passar por um processo comum de aceitação da sociedade — com regulações dentro de regras do Banco Central, com facilidade para transações financeiras, métodos de investimento, poupança e segurança.

“Tudo que um governo puder fazer para tentar facilitar o crescimento econômico, da geração de renda e emprego, eu acho válido. Mas ainda é algo incerto. Não se pode ter perspectivas a curto prazo”, afirma Walter.

Henrique Castro, professor de finanças da  Fundação Getúlio Vargas Escola de Economia de São Paulo (FGV – EESP), explica que a nova determinação ainda passa por um período de experiência, e que os conflitos locais entre população e governo e a oscilação do bitcoin devem se refletir nesse processo. “Primeiro, a gente precisa saber se a população local quer o bitcoin, isso faz parte da aceitação. As últimas notícias dão conta que não. E se não der certo?”, questiona Henrique

O professor destaca que, primeiro, é preciso apresentar soluções claras à economia, e não gerar ainda mais dúvidas. “E uma mudança sem diálogo com a população gera dúvida nas pessoas, na indústria, no comércio. Não dá para pensar num curto prazo. O governo precisará incentivar ainda mais”.

Para Henrique, a aceitação da população será impactada por pagamentos facilitados – ou não –  trazidos pela moeda, acesso à digitalização no país e transparência sobre a economia local.

E, mesmo com a promessa do governo local de aumentar o poder de compra e a geração de emprego, o bitcoin ainda precisará se adaptar à economia do país, que o professor da FGV aponta como pequena.

“Fica aí a expectativa sobre como essa medida vai se portar com o tempo. Contudo, é algo que pode ser revisto em caso de dificuldades econômicas, de algo dar errado e não ser o que o governo esperava. Isso já foi feito em 2001 com o colon — moeda local na época — quando mudaram para o dólar”,diz.

Hoje, El Salvador possui um setor industrial sem grandes destaques, que atua nos segmentos de processamento de alimentos, bebidas, petróleo, tabaco, têxtil, móveis e cimento. Os principais produtos de exportação são camarão, café e, principalmente, cana-de-açúcar.

Circulação

Atualmente, o bitcoin é a moeda mais negociada no mundo, com uma capitalização de mercado acima de US$ 1 trilhão. Citando este dado, Walter enfatiza que a escolha do bitcoin como moeda oficial passa pela sua valorização e liquidez.

Já Henrique lembra que a variação do bitcoin, inclusive por falas de famosos como Elon Musk, pode manter a economia de El Salvador “estagnada, como ela já tem sido”. “A moeda [bitcoin] oscila muito, mesmo com o reconhecimento e valorização que tem”.

Por sua vez, o governo argumenta que o bitcoin pode gerar uma economia de US$ 400 milhões (R$ 2,1 bilhões) por ano ao país em taxas de transação sobre recursos recebidos do exterior. A economia do país depende fortemente de remessas vindas do exterior.

O que muda? 

A medida tomada por El Salvador permite que o bitcoin tenha o mesmo posto que o dólar americano, moeda oficial dos Estados Unidos.

Com a nova lei, os estabelecimentos do país deverão aceitar a criptomoeda como meio de pagamento quando ela for oferecida. A chamada Lei Bitcoin de El Salvador entusiasmou o mercado, com repercussão nas redes sociais e no noticiário.

Em seu perfil no Twitter, o presidente Nayib afirmou, no entanto, que o uso do bitcoin não será obrigatório para os cidadãos. O presidente ainda ofereceu incentivos para a utilização da moeda no dia de seu lançamento.

“Quem quiser poderá baixar o aplicativo (carteira) oficial de El Salvador para utilizar a moeda, chamado Chivo. Quem o fizer, vai receber o equivalente a US$ 30 em bitcoin. Quem não quiser, não precisa baixar.”

*Com informações da Reuters


sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Para 48% da população, Brasil deveria adotar o bitcoin como moeda oficial, diz pesquisa

 


El Salvador surpreendeu o mundo quando adotou a medida ousada de tornar o bitcoin uma moeda oficial do país. Entretanto, os brasileiros também parecem ter um perfil arrojado. Um estudo encomendado pela Sherlock Communications e feita através da plataforma de pesquisas Toluna mostra que 48% dos entrevistados acham que o Brasil também deveria adotar o bitcoin (31% concordam e 17% concordam fortemente). Outros 30% não concordam nem discordam e 21% são contrários à ideia (12% discordam e 9% discordam fortemente).


Além do Brasil, a pesquisa ouviu pessoas na Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Venezuela e México. “Os brasileiros foram os maiores defensores do cripto-reconhecimento na região, com 56% apoiando a abordagem de El Salvador e 48% dizendo que querem que o Brasil também a adote”, diz o estudo.


Quando questionados sobre o cenário de criptomoedas no Brasil, 31% disseram que o país tem feito progressos, 35% afirmaram que estamos atrasados em relação a outros países, 23% acreditam que em alguns anos haverá muito mais usuários e 4% pensam que esse é um assunto que não tem futuro aqui.

Sobre os principais motivos para investir em criptomoedas, os brasileiros citam: diversificar investimentos (55%), se proteger da inflação e da instabilidade financeira (39%) e acompanhar a tendência da tecnologia (37%). As criptomoedas mais conhecidas são o bitcoin (92%), ethereum (31%) e litecoin (30%).

“Os ETFs de criptomoeda emitidos no Brasil possibilitam que as pessoas invistam em criptomoedas de maneira regulamentada, permitindo que investidores mais conservadores experimentem a criptomoeda. Os três sandboxes regulatórios na América Latina são Brasil, México e Colômbia- países que estão abertos para experimentar e inovar com blockchain e criptomoedas”, diz o estudo, ressaltando que o Brasil tem mais de 1,4 milhão de usuários de criptomoedas registrados e 21 caixas eletrônicos onde é possível fazer operações com essas moedas.

Acostumados com crises econômicas, os latino-americanos acreditam que elas podem aumentar o interesse por criptomoedas. No Brasil, 38% dizem que a crise os deixa muito mais interessados e 37% um pouco mais interessados nesse tipo de ativo. Para 15% o fator crise não faz diferença, outros 4% dizem que ficariam menos interessados e 6% muito menos interessados.

Na pesquisa, 12% dos brasileiros dizem que não investiriam em criptomoedas, uma forte queda em relação a uma pesquisa semelhante feita em 2020, quando 33% diziam isso. Os principais motivos para isso são: preocupação com a segurança do dinheiro (42%), preocupação com a instabilidade do valor dessas moedas (37%) e falta de dinheiro para investir (33%). Perguntados sobre o que lhes daria mais confiança para aplicar nessa classe de ativos, eles dizem que o principal fator é ler e entender mais sobre o assunto (45%), seguido de ter plataformas mais confiáveis para negociar (39%) e ter uma plataforma fácil de usar que não requer muito conhecimento especializado (36%).

Segundo Luiz Eduardo Abreu Haddad, líder de comunidades da plataforma de moedas sociais digitais Cambiatus e consultor de blockchain da Sherlock, o mercado de criptomoedas segue crescendo na América Latina e essa tendência seguirá pelos próximos anos. “No Brasil, regulações mais amigáveis atraíram investidores institucionais e corporações para o setor. O experimento de El Salvador pode virar uma grande referência para países latino-americanos de como incorporar blockchain e criptomoedas à suas economias e gerar bem-estar aos cidadãos.”

Ele aponta que, apesar de moedas como o bitcoin serem já bastante conhecidas, ainda há no geral uma barreira da grande maioria da população de entender melhor como funcionam as criptomoedas. “Um maior conhecimento sobre as criptomoedas faz parte da educação financeira como um todo. Muita gente fica interessada quando percebe que são moedas que não são criadas por governos ou bancos.”

A pesquisa da Tolina ouviu 2,7 mil pessoas, com mais de 18 anos, em todos os países pesquisados.


Fonte: https://valorinveste.globo.com/

terça-feira, 7 de setembro de 2021

El Salvador torna-se nesta terça primeiro país a ter o bitcoin como moeda oficial

 El Salvador deve se tornar nesta terça-feira (7) o primeiro país do mundo a usar o bitcoin como moeda oficial, mas a população parece pouco confiante na mudança e deve continuar preferindo o dólar, como faz há 20 anos.

Pesquisas realizadas pela Universidade Centro-Americana (UCA) e pelo jornal La Prensa Gráfica, divulgadas na quinta-feira (2), mostram que a maioria dos salvadorenhos indicaram que discordam do uso do bitcoin.

“Um total de 82,8% [da população] têm pouca ou nenhuma confiança no bitcoin, e 95,9% consideram que o uso do mesmo deve ser voluntário”, declarou o reitor da UCA, Andreu Oliva, durante a apresentação do estudo.

O levantamento, com margem de erro de 2,7%, entrevistou 1.281 pessoas de todo o país entre 13 e 20 de agosto.

manifestantes estendem faixa em que se lê "não queremos bitcoin em el salvador" 
Manifestantes protestam contra a aprovação da Lei Bitcoin na capital de El Salvador, San Salvador - Marvin Recinos - 1º.set.2021/AFP


Outra pesquisa, feita pelo La Prensa Gráfica, perguntava: “Você aprova ou desaprova que o bitcoin seja uma moeda de uso legal em El Salvador?”. Um total de 65,7% desaprovam muito ou pouco, 8,5% aprovam fortemente e 14,4% aprovam parcialmente. Outros 11,5% não responderam.

O Congresso de El Salvador, um pequeno país da América Central com 6,45 milhões de habitantes (pouco mais da metade da cidade de São Paulo), aprovou em junho a lei que converterá o bitcoin em moeda legal a partir de 7 de setembro, com o objetivo de dinamizar a economia do país, dolarizada há 20 anos.

Trata-se de uma iniciativa do presidente do país, Nayib Bukele, cuja gestão tem alta aprovação pública.
Questionados sobre a moeda que irão usar, 71,2% dos entrevistados responderam na pesquisa da UCA que estão interessados apenas no dólar, 23,1% disseram que usariam bitcoin e dólar igualmente, 3,7% disseram que usariam apenas o bitcoin e 2% não responderam.

“Encontramos pela primeira vez uma divergência importante entre a população e decisões que estão sendo tomadas pela Assembleia Legislativa e o presidente da República”, comentou o reitor da universidade.

A adoção do bitcoin como moeda oficial foi alvo de críticas pelo FMI. Em junho, logo após a decisão do Congresso salvadorenho, o Fundo Monetário Internacional disse que a medida pode criar riscos e desafios regulatórios.

A Lei Bitcoin, com apenas 16 artigos, determina que a taxa de câmbio entre o bitcoin e o dólar americano “será estabelecida livremente pelo mercado”.

A novidade respingou em Honduras (9,75 milhões de habitantes), que estreou na semana passada seu primeiro caixa eletrônico de criptomoedas. Investidores locais de bitcoin buscam estimular a demanda por ativos virtuais após o país vizinho torná-lo moeda legal.

A máquina, batizada de “la bitcoinera”, permite que usuários comprem bitcoin e ethereum usando a moeda local lempira (1 lempira equivale a cerca de R$ 0,22) e foi instalada em um prédio de escritórios na capital Tegucigalpa pela empresa hondurenha TGU Consulting.

Juan Mayen, 28, executivo-chefe da TGU, liderou a operação para levar o caixa eletrônico a Honduras, na tentativa de educar as pessoas sobre ativos virtuais. Até agora, não havia no país maneira automatizada de comprar criptomoedas, disse.

“Você tinha que fazer peer-to-peer, procurar alguém que estivesse disposto, encontrar com ele pessoalmente e carregar uma quantidade x de dinheiro, o que é muito inconveniente e perigoso dado o ambiente em Honduras”, disse.

El Salvador e Honduras formam, com a também vizinha Guatemala, o chamado Triângulo do Norte, região com altos índices de criminalidade que responde por cerca de 4,5% dos homicídios em todo o mundo, apesar de concentrar apenas cerca de 0,5% da população mundial.

Na sexta-feira (3), um ethereum era negociado por US$ 3.237 (R$ 16.728), e uma bitcoin, por US$ 48.140 (R$ 248.783). Se o serviço for popular, Mayen disse que espera instalar mais unidades.

Para fazer uma compra, os usuários precisam escanear a identificação oficial e colocar dados pessoais.
Muitos desenvolvedores de software em Honduras já são pagos em criptomoedas, disse Mayen, acrescentando que também seria uma opção mais barata para enviar remessas.

Em 2020, hondurenhos no exterior —principalmente nos Estados Unidos— enviaram US$ 5,7 bilhões (R$ 29,46 bilhões), cerca de 20% do produto interno bruto de Honduras (PIB) em remessas ao país.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/