O presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês), Gary Gensler, se mostrou favorável à aprovação de um fundo de índice (ETF) de Bitcoin. Em fala para a conferência The Future of Asset Management North America, Gensler disse acreditar que existe um lugar para ETFs de Bitcoin que acompanhem índices de futuros.
Ele destacou especificamente os ETFs de Bitcoin que investem em contratos futuros negociados na Chicago Mercantile Exchange, a principal bolsa de derivativos dos EUA, e se registram sob a norma “Investments Company Act” de 1940. Para o chefe do órgão regulador americano, a regulação “fornece proteções significativas ao investidor”.
Apesar de afirmar que não fala em nome da SEC, a declaração alimenta a expectativa de aprovação de um dos pedidos apresentados por diversas gestoras nos últimos meses. As propostas inicialmente envolviam a aquisição direta de Bitcoin, mas logo foram alteradas para espelhar produtos de futuros negociados na bolsa de derivativos de Chicago como forma de agradar os reguladores.
“Estou ansioso para ver a análise da equipe [da SEC] de tais pedidos”, disse Gensler.
A aprovação de um ETF de Bitcoin, mesmo que seja de futuros, é vista como potencial catalisador para um novo rali em outubro, quem sabe em busca de um recorde de preço, já que abriria caminho para que mais fundos institucionais ganhem exposição à criptomoeda – o que se comenta nos bastidores é que apenas uma pequena parcela se arriscou na compra por meio de intermediários, ou na aquisição do produto de Bitcoin da Grayscale, o GBTC.
Por outro lado, especialistas ouvidos pelo InfoMoney comentam que não necessariamente a aprovação de um ETF de futuros de Bitcoin vá provocar alta nos preços. Até aqui, produtos do tipo tiveram pouca procura na comparação com ETFs de Bitcoin “físico”, modalidade já adotada em diversas propostas apresentadas à SEC, mas que nunca foram aprovadas.
Fundos que de fato compram Bitcoin, negociados no Canadá e na Europa, acumulam números promissores. Segundo dados da ByteTree Asset Management, produtos do tipo possuem atualmente cerca de 801.000 BTC, o equivalente a 4,3% da oferta total da criptomoeda. Ainda segundo a ByteTree, as cotas comercializadas saltaram de 250.000 em 2019 para 800.000 em 2021, em movimento que teria tido participação importante na disparada do Bitcoin de US$ 5.000 para US$ 64.0000.
O Brasil tem dois ETFs aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e que foram listados na B3 em junho, caso do QBTC11, da QR Asset, e em agosto, o BITH11, da Hashdex. Juntos, eles registram patrimônio líquido de R$ 215,29 milhões, o equivalente a pouco mais de US$ 40 milhões.
Fonte: https://www.infomoney.com.br/