Tartuferia San Paolo, em São Paulo, foi o mais recente restaurante a anunciar o formato de pagamento
SÃO PAULO – Localizada em endereços nobres, a casa Tartuferia San
Paolo anunciou no dia 17 de julho que passaria a aceitar pagamento em
Bitcoin para todas as suas casas no
Brasil. Trata-se da mais recente movimentação de casas comerciais brasileiras em direção às criptomoedas.
Especializada em trufa italiana, a Tartuferia tem unidades em São Paulo,
Recife
e Curitiba. No mês que vem, abrirá a quinta unidade, e até o final do
ano, o total vai ser de sete casas, de acordo com o sócio Lalo Zanini,
que conversou com o
InfoMoney.
A conta, que fica em
aproximadamente R$ 100 por pessoa, pode ser paga via carteira eletrônica
através de um QR Code gerado na hora e lido por meio de smartphone.
Além de funcionar como restaurante, as unidades possuem mercearias onde
produtos próprios com ingredientes nobres são vendidos a preços
atrativos.
“Somos os primeiros no Brasil, ninguém faz isso antes. Assim como fomos os primeiros a permitir pagamento em três vezes sem
juros”, conta Lalo. Segundo ele, a facilidade do parcelamento fez com que o
faturamento
aumentasse em cerca de 30%, principalmente por conta do entusiasmo do
cliente brasileiro com essa opção - e os números para a Bitcoin também
são promissores.
“A gente divulgou no nosso
Instagram,
que tem quase 100 mil seguidores, e na mesma noite já tinha gente
pagando com Bitcoin”, diz. “Claro que é um mercado ainda restrito, mas
também é crescente. Esse diferencial gera um movimento que a pessoa vai,
paga, conta para os amigos e gera esse
marketing espontâneo”.
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A ideia de Lalo é incentivar o uso desse método de pagamento também
através de promoções e condições diferenciadas. É interessante para o
cliente e, para o restaurante, um negócio e tanto: não há taxas para
transações financeiras pagas com a criptomoeda.
Todo o
dinheiro arrecadado através dessa plataforma é comprado pela
empresa
que oferece a tecnologia, a recifense Coinwise. “Vi que eles tinham um
stand lá [no Recife] e fui falar com eles. Tem até caixa eletrônico de
Bitcoin, é muito legal”, conta Lalo.
Não é o primeiro estabelecimento comercial brasileiro a implantar
esse método de pagamento, mas a Tartuferia pode fazer parte de uma nova
era nesse sentido.
Explosão da bitcoin
Em 2014, o Bar do Zé Gordo, no Itaim Bibi, São Paulo, implementou o
primeiro caixa eletrônico de Bitcoins no Brasil. A máquina, no entanto,
teve de ser retirada no ano seguinte: segundo um atendente do local,
muitos transeuntes demonstraram estar interessados em rouba-la,
comparecendo ao estabelecimento com o intuito de examinar essa
possibilidade. Desde então, criptomoedas não são mais aceitas por lá.
Na época, levantamentos estimaram que 50 estabelecimentos comerciais,
com produtos diversos, aceitavam essa forma de pagamento no Brasil.
Hoje, as estimativas são mais nebulosas, mas as conversas sobre Bitcoin
estão cada vez mais entusiasmadas.
Isso porque desde o início deste ano, o preço da moeda praticamente
quadruplicou e chegou ao recorde de US$ 4.320. Além disso, as
competidoras começam a pegar fatias desse bolo: hoje, já existem mais de
mil criptomoedas diferentes e muitas têm potencial de alta equiparável
ao da pioneira.