quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Mastercard patenteia transferência de dinheiro com blockchain

Um monte de empresas está investindo em blockchain, a tecnologia por trás do Bitcoin que vai muito além das criptomoedas. Mas quem trabalha com meios tradicionais de pagamento também embarcou na ideia: a Mastercard entrou com um pedido de patente para uma solução de transferência de dinheiro totalmente baseada em blockchain.
Criptomoeda
patente da Mastercard foi publicada em 9 de novembro de 2017 e descreve um “método para processar uma transação eletrônica garantida”. A tecnologia permitiria armazenar o balanço e o número da conta em um perfil; receber uma solicitação de transação de uma rede de pagamentos; gerar um histórico das movimentações realizadas; entre outras possibilidades.
Como nota o TechCrunch, o resumo da patente não cita “blockchain”, mas o termo está presente no documento. Um dos processos afirma que “os dados de garantia de pagamento armazenados no terceiro elemento de dados incluso na mensagem de transação recebida inclui ao menos um identificador de rede de blockchain […]”, um jeito bem complicado de falar que a transação é salva de forma imutável.
Por fim, o termo “instantâneo” para se referir às transferências é interessante, já que um dos problemas do Bitcoin é a limitação na capacidade de transações por parte da rede: ela chega a apenas 7 transações por segundo, o que vem aumentando os custos de transferência e o tempo de processamento nos últimos anos. A rede da Visa, por exemplo, consegue processar 65 mil transações por segundo.

Fonte: tecnoblog.net

Entenda a polêmica que está balançando o mundo do Bitcoin

Após altas constantes na valorização em relação ao dólar, o Bitcoin voltou a sofrer com flutuações de preço desde que um "fork" do Bitcoin, chamado de SegWit2x, foi cancelado. Mas o que é um "fork", por que o SegWit2x exige isso e qual a relevância desses movimentos para o Bitcoin?

O ponto central da polêmica é a capacidade máxima do Bitcoin de processar transações, ou seja, transferências de moedas entre seus utilizadores. O Bitcoin hoje opera quase sempre em seu limite, o que atrasa e encarece o as transferências. Usuários, mineradores, investidores e empresas envolvidas na economia do Bitcoin não chegam a um consenso sobre como resolver esse problema -- e nem mesmo se o problema deve ser resolvido.




Proposta quer aumentar limite de transferências por segundo do Bitcoin. (Foto: Leszek Soltys/Freeimages.com)

O SegWit2x é (ou seria) a primeira etapa no aumento do tamanho do bloco do Bitcoin. Blocos do Bitcoin contêm todas as transações feitas com a criptomoeda. Um bloco é gerado, em média, a cada dez minutos. O tamanho máximo do bloco é de um Megabyte (1 MB), e é isso que impõe um limite ao número de transferências. 

Pela regra do SegWit2x, o tamanho do bloco seria duplicado e passaria a ser de 2 Megabytes (MB). É daí que vem o "2x". A parte do "SegWit" se refere ao Segregated Witness, outra mudança técnica ao Bitcoin para aumentar o número máximo de transações por bloco. O SegWit já está valendo, mas, em vez de expandir os blocos, o SegWit diminuiu o tamanho que cada transferência de Bitcoin ocupa, aumentando a eficiência.

A adoção do SegWit e a posterior duplicação do tamanho do bloco do Bitcoin ambas fazem parte do "Acordo de Nova York", um documento de maio deste ano. A duas medidas não têm nenhuma relação técnica entre si, apenas miram no mesmo problema e constam do mesmo acordo. É por isso que a duplicação do tamanho do bloco acabou com o nome pouco intuitivo de "SegWit2x".

Enquanto o SegWit foi adotado por uma mudança no software existente, a duplicação do tamanho do bloco seria efetivada na rede por meio de um "hard fork": uma "divisão" de toda a cadeia do Bitcoin. Ou seja, passaria a existir um "Novo Bitcoin" (chamado de BTC1) e um "Bitcoin Clássico". Com a adoção do novo Bitcoin pela maioria das partes interessadas, o "Bitcoin Clássico" não teria qualquer relevância e desapareceria, ficando somente o Novo Bitcoin, de maior capacidade. 

Como o Bitcoin não tem uma "autoridade central", há chances de que o Bitcoin atual continuaria existindo. Isso resultaria em incertezas nesse processo, incluindo a possibilidade de fraudes em que uma transação no "Bitcoin Clássico" poderia ser duplicada sem autorização das partes no "Novo Bitcoin" e vice-versa. Por outro lado, se essa proteção for criada, quem hoje tem Bitcoins poderia vender seus Bitcoins duas vezes (pelo processo "novo" e depois pelo "velho"), o que aumenta a especulação e as chances de a moeda atual não desaparecer. Pior ainda: a moeda nova é que poderia sumir ou desvalorizar, prejudicando a reputação do Bitcoin.

Há ainda quem seja contra a mudança no tamanho do bloco por questões financeiras e técnicas.

Leilão de transferências
O tamanho atual do bloco do Bitcoin, mesmo após a adoção do SegWit, não dá conta de toda a demanda de transações da rede. Isso significa que há uma fila de transferências. Quem quiser furar a fila precisa pagar uma taxa de "incentivo" para os mineradores incluírem sua transferência em detrimento de outras.

Com as recentes movimentações e flutuações do Bitcoin, a taxa média por transação ultrapassou os US$ 10 (cerca de R$ 33), mas valores por volta de US$ 4 (cerca de R$ 12) não são incomuns. Nessa realidade, transferências de Bitcoins começam a ficar mais caras (ou, no mínimo, terem custo comparável) a dos bancos tradicionais.

Como todas as transferências ocupam mais ou menos o mesmo espaço no bloco, transferências de valores pequenos ficam praticamente inviáveis.

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Quem ganha com isso?
A taxa paga nas transferências é incluída nos ganhos dos mineradores que resolvem o bloco. Dobrar a capacidade do Bitcoin no momento pode muito bem decretar o fim dessas taxas e, portanto, do faturamento obtido com elas.

Com mais de 250 mil transações por dia, US$ 4 por transação adicionam pelo menos US$ 1 milhão ao bolso dos mineradores todos os dias - uma quantia significativa. Mesmo assim, a maioria dos mineradores se diz favorável ao SegWit2x, já que um Bitcoin "limitado" pode não ter futuro.

Limitado, Bitcoin ficaria fora do comércio cotidiano
O limite de transferências representa um limite também para o crescimento do Bitcoin em termos práticos. Não é possível fazer compras diárias ou pagar um sanduíche com Bitcoin se o custo da transação supera o do produto ou serviço adquirido. 

Alguns defensores do Bitcoin argumentam a moeda é hoje uma "reserva de valor", ou seja, que o Bitcoin seria o "ouro" das criptomoedas: é precioso, é usado nas reservas de grandes valores, mas não é utilizado no comércio cotidiano. 

Nesse raciocínio, o Bitcoin não precisa mudar, e a utilidade prática das moedas digitais pode ficar para as "moedas alternativas", como Ethereum e Monero. Os atuais mineradores de Bitcoin não se envolvem com essas moedas por causa das diferenças nos requisitos de processamento: a maior parte do hardware que atualmente minera o Bitcoin é incompatível com essas moedas.

A diferença é que criptomoedas não são um metal precioso e não existe nenhuma razão técnica para que uma moeda não possa ser reserva de valor e ainda assim ser útil no cotidiano. Com o tempo, uma moeda mais popular, que seja de fato usada no mundo real, pode ganhar mais valor. Isso prejudicaria a posição do Bitcoin como reserva de valor, pois não haveria nada para segurar o valor do Bitcoin, que cresceu impulsionado pela promessa de que seria a "moeda do futuro".

Com o Bitcoin valendo menos, todo o investimento dos mineradores e poupadores sofreria. Mas não é possível ter certeza sobre o que vai ou não acontecer, e pode ser que o Bitcoin retenha seu valor mesmo sem mudar nada. É essa dúvida que está balançando o mercado.

Quem crê na possibilidade de queda do Bitcoin por falta de uso real é quem mais está interessado em aumentar o tamanho do bloco e teme um futuro estagnado. Quem não crê nisso, seja porque acredita na teoria do "Bitcoin como reserva de valor" ou porque tem medo dos riscos inerentes a qualquer mudança, quer que tudo fique como está.

Alternativas já existem
Quem até agora ganhou com tudo isso foi o Bitcoin Cash. Outro "fork" criado para resolver o problema do limite de capacidade, a moeda usa um bloco de 8 MB (um "SegWit8X", por assim dizer) e está operando bem abaixo da capacidade.

No dia 8 de novembro, o Bitcoin Cash valia cerca de US$ 600. Hoje, a moeda está cotada em US$ 1,3 mil (o Bitcoin caiu de US$ 7,3 mil para US$ 6,5 mil no mesmo período). Projetado desde o início para coexistir com o Bitcoin, o Bitcoin Cash não sofre com os problemas inerentes à existência de duas cadeias e cada vez mais se estabelece com um "Bitcoin pronto para o futuro".

Como o processo de mineração do Bitcoin Cash é igual ao do Bitcoin, alguns mineradores favoráveis ao SegWit2x já apoiam a rede do Bitcoin Cash quando as valorizações da moeda a tornam mais lucrativa para ser minerada que o Bitcoin tradicional. Se o Bitcoin Cash continuar subindo, mais mineradores podem pular para o barco da moeda -- o que complica ainda mais o futuro do Bitcoin, já que o envolvimento de mineradores é hoje o principal termômetro para medir o interesse em uma criptomoeda.

Fonte: http://g1.globo.com

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Entenda o que é bitcoin

Como funciona a moeda virtual criada em 2008
e que chegou a valer mais de R$ 20 mil em 2017




14/11/2017 - 11H19 - ATUALIZADA ÀS 14H13 - POR BARBARA BIGARELLI

(FOTO: SEAN GALLUP/GETTY IMAGES)

Esqueça por um momento tudo que você aprendeu sobre como uma moeda é emitida. Ao invés de falar em Banco Central, governos ou bancos, comece a se familiarizar com os "mineradores", o "blockchain", a "rede ponto a ponto". Apesar do entendimento complexo, o bitcoin tem ganhado fama, conquistado pessoas ao redor do mundo e atraído milhões de investidores. Criada em 2008, o bitcoin é a criptomoeda mais famosa da atualidade. A moeda não pode ser impressa ou "materializada", ela precisa ser descoberta. Milhares de computadores em volta do mundo “mineram” moedas, competindo uns com os outros para validar as operações e formar um bloco. Atualmente, cada bloco gera 12,5 bitcoins, que são divididos entre os computadores que estavam minerando naquele momento (a divisão é feita de acordo com a capacidade de processamento do computador que está minerando). A briga é grande porque a moeda é um bem escasso — só é possível existir 21 milhões. Em nove anos, já foram emitidos mais de 16 milhões. Mas, como a moeda funciona? De que forma é possível realizar pagamentos com ela? Como as transações ocorrem? E por que ao falar de bitcoin falamos de blockchain? Tiramos suas dúvidas abaixo. Confira:

O que é o bitcoin?

É uma moeda digital, que pode ser recebida e enviada pela internet. Sua emissão é realizada de forma descentralizada, ou seja, sem o controle de uma instituição financeira ou de bancos. É diferente, portanto, da circulação de cédulas de dinheiro que geralmente é fiscalizada pelo banco central do país.

Para que serve um bitcoin?

Pode ser utilizado para realizar pagamentos de bens e serviços ou para receber por eles. Há grandes empresas que já aceitam bitcoin (Dell, Expedia e Microsoft), além de lojas virtuais e estabelecimentos físicos pelo mundo. De forma geral, porém, ainda não é algo disseminado no mundo — no Brasil, são pouquíssimos os estabelecimentos que aceitam. "Acredito que esse uso ainda está engatinhando por conta da imensa valorização que a moeda teve nos últimos anos. Um bitcoin chegou a valer R$ 20 mil neste ano. Assim, os estabelecimentos acabam recebendo ainda muito pouco pagamentos com essa moeda", diz Rodrigo Batista, CEO do Mercado Bitcoin.

Como tem sido mais utilizado?

Na prática, o bitcoin tem sido mais utilizado para realizar transações financeiras diretas no mundo inteiro. Principalmente para a transferência de pequenas quantias de dinheiro entre países. Isso porque é uma moeda incipiente e com escassa regulamentação. Tem crescido também o número de pessoas que olham para a moeda com um investimento — devido à sua alta volatilidade de preço. "No começo, quem comprava a moeda era um público mais jovem, ligado a tecnologia. Hoje, já atingimos um público mais velho, de até 50 anos, com maior poder aquisitivo e conhecimento em finanças. Eles veem o bitcoin como um modo de diversificar o portfólio. Compram para vender daqui a alguns anos. Há também, claro, quem faz trade e compra e vende todos os dias", diz Guto Schiavon, COO da corretora de bitcoins Foxbit.

Como é calculado o preço do bitcoin?

Não é controlado, não está ligado a um possível custo de emissão. O preço é reflexo da oferta e demanda. Quando há grande demanda de compra, a tendência é o preço subir, quando há grande oferta de venda, a tendência é cair. Diversos fatores podem influenciar sua volatilidade, como intervenções do governo na circulação da moeda. "Quando o presidente do JP Morgan disse que o bitcoin era o fraude, o preço caiu muito. Quando um governo fala que vai proibir a moeda, o preço também cai. Agora, quando um governo diz que vai proibir saída de dinheiro do país para o exterior, o bitcoin tende a subir porque as pessoas veem nele uma forma de continuar realizando suas transações", diz Schiavon.

Como o bitcoin funciona?

O bitcoin é a primeira aplicação prática da tecnologia blockchain (cadeia de blocos).

Como funciona o blockchain?

Essa tecnologia funciona de uma forma semelhante ao torrent, utilizado para compartilhar arquivos (como filmes e músicas) pela internet. Não há uma rede central que controla as transferências. A rede é mantida por diversos e aleatórios computadores espalhados pelo mundo com softwares que vão processando as informações inseridas nela. São eles que mantêm a rede funcionando — assim como no torrent, não há um servidor único que recebe os dados. Todo computador ligado ao mesmo tempo é um ponto de envio de um arquivo, como também é um ponto para recebimento de um arquivo. Cada um é um "nó" da chamada rede peer-to-peer (ponto a ponto) e pode receber e enviar transações.

Quando você realiza um pagamento em bitcoin, seu software (ou da corretora/site) se conecta a outros computadores espalhados pelo mundo, sinalizando que você está enviando determinado montante ao destinatário que te vendeu um produto. O "comprovante" dessa transação chegará a outro computador (nó) da rede e será replicado para outros computadores. O processo irá ocorrer até que seja formado um "bloco" criptografado, que tem as informações da sua transação e de todas as outras que foram feitas naquele período de tempo. Atualmente, um bloco é formado aproximadamente a cada 10 minutos. Os blocos serão transmitidos de novo para outros computadores até que a transação seja, enfim, confirmada. Cada item guardado nesses blocos tem uma espécie de assinatura digital, formada por uma sequência de números e letras. Juntos, os blocos formam um grande banco de dados públicos, remotos e invioláveis. É por isso que nenhuma transação pode ser "cancelada". Neste imenso banco, estão registrados todas as transações realizadas por bitcoins desde seu início, no final de 2008.

Como funciona na prática a blockchain do bitcoin? 

Na "superfície", enviar e receber bitcoins é parecido com o processo de envio e recebimento de emails. As pessoas compram bitcoins através de sites ou corretoras especializadas (no Brasil, as três maiores são: FoxBit, Mercado BitCoin e Bitcointoyou). Lá, os clientes criam suas carteiras digitais, que geram uma chave privada que irá garantir que aquele bitcoin pertence a você. A cada transação, é preciso gerar um endereço. Como no email, você precisa saber o endereço de quem quer enviar um bitcoin ou fornecer o seu se quiser receber bitcoin. Digita-se o valor de bitcoins ou a fração dele para envio e o endereço. Uma vez iniciada a transação, ela será enviada a todos os computadores ligados à rede blockchain do bitcoin. Os participantes da rede verificam a autenticidade da transação, bem como se os bitcoins envolvidos nela realmente existem. Lembre-se que cada "moeda" bitcoin tem sua própria assinatura digital. Uma vez checada, a transação é reunida a todas as demais realizadas no mesmo intervalo de tempo que a dela e, posteriormente, é criptografada (colocada em blocos). Esse trabalho é feito por membros da rede conhecidos como "mineradores". Uma vez pronto, o novo bloco é datado e enviado para toda a rede, que checa condições de segurança e o inclui na cadeia de blocos original. Com a operação validada, a pessoa que você enviou o pagamento receberá os bitcoins. 
Infográfico Bitcoin (Foto: Mercado Bitcoin)
O que são os "mineradores"? 
São pessoas ou empresas que dispõem de computadores com softwares ou um chip especial que podem confirmar a autenticidade das milhares de transações que ocorrem a cada dez minutos com bitcoins. Checam os endereços, se um bitcoin foi enviado duas vezes, se a transação fez o caminho correto, se nada foi duplicado. Ao validar a transação — algo que geralmente ocorre em "blocos", o software do minerador envia um sinal na rede de que aquela transação realmente está correta. O bloco validado é criptografado e inserido no blockchain. Em troca, são "emitidos" bitcoins para o minerador. "Poderíamos chamar os mineradores de auditores. O papel deles é verificar que as transações que serão incluídas no blockchain estão corretas", diz Schiavon, COO da corretora de bitcoins Foxbit. Em troca pelo trabalho, os mineradores recebem bitcoins. 
É possível ficar rico mineirando bitcoin? 
Pessoas físicas geralmente não conseguem mais ganhar tanto dinheiro tendo apenas um notebook para minerar. Isso porque o número de bitcoins que um minerador recebe está diretamente ligado à capacidade de processar as transações. Hoje, como há muitos computadores (e máquinas muito potentes) minerando bitcoins, quem usa apenas um notebook acaba recebendo uma fração muito pequena da criptomoeda — os especialistas dizem que não é suficiente nem para pagar a energia usada para manter o computador ligado"Na prática, quem minera hoje são empresas especializadas que produzem supercomputadores interligados em grande número. Para que essa estrutura seja viável em termos financeiros, é preciso ter acesso a energia barata e prioritariamente estar localizado em um local frio, já que é preciso resfriar constantemente os computadores", diz Batista. O que privilegia a existência de grandes centros de mineradores no Canadá, Alaska, Islândia e Norte da Europa.
O bitcoin é um bem escasso
Vale lembrar que o bitcoin é um bem escasso e que quando foi criado previa a emissão de 21 milhões de unidades. Já foram gerados, devido ao trabalho de mineração, mais de 16 milhões de bitcoins. À medida que a rede vai ficando maior e as transações mais complexas de serem completamente validadas, emitir também fica mais difícil. Segundo Batista, nos primeiros quatro anos de existência da moeda, foram emitidos 7,2 mil bitcoins por dia. Atualmente, são emitidos 1,8 mil bitcoins por dia. O sistema prevê que o número diminua pela metade a cada quatro anos. A previsão é que todos os 21 milhões de bitcoins sejam emitidos até 2033. Quando esse momento chegar, não será mais possível receber bitcoins como recompensa por minerar. A ideia por trás disso é criar uma moeda que não seja inflacionária (que perca o seu valor ao longo do tempo) por natureza — como são as moedas tradicionais. 
A diferença de pagar online com cartão de crédito e com bitcoin 
O pagamento por cartão de crédito exige autenticações a que o bitcoin não está sujeito — como a validação de um banco ou de uma processadora de cartão de crédito. Por este motivo, um comerciante geralmente leva mais de um mês para receber um pagamento realizado por clientes através de um cartão de crédito. O procedimento também inclui o pagamento de taxas por parte dos clientes. Com o bitcoin, por não existirem esses intermediários, um pagamento pode ser processado em poucos dias a custos muito mais baixos para ambos os lados. O lado negativo é que, uma vez realizado, o pagamento não pode ser "estornado". A tecnologia que envolve a moeda (blockchain) não permite que a transação seja desfeita. 
Fonte: http://epocanegocios.globo.com

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Recuperação: Bitcoin "ganha" US$ 10 bilhões de valor após caos do fim de semana

A moeda chegou a cair para US$ 5.857 nas primeiras horas desta segunda, mas no início da tarde já era cotada a US$ 6.545

SÃO PAULO - Após dar início a uma forte derrocada no fim da semana passada, o Bitcoin passou a se recuperar nesta segunda-feira (13), com uma forte valorização nas últimas 12 horas enquanto o mercado ainda tenta entender o cenário que está desenhado.

A moeda chegou a cair para US$ 5.857 nas primeiras horas de hoje, mas no início da tarde já era cotada a US$ 6.545, uma alta de cerca de 12%. Com isso, o valor de mercado do bitcoin deu um salto de US$ 10 bilhões neste período.


Na semana passada, o bitcoin chegou a bater sua máxima histórica em US$ 7.879, com o rali sendo puxado pelo anúncio do CME Group de que irá oferecer contratos de futuros de bitcoin até o fim do ano. Mais no início do ano, ajudou o preço da moeda a regulamentação dela no Japão, que legalizou a criptomoeda como meio de pagamento.

A rede do bitcoin está no meio de um cenário onde pode acontecer uma atualização chamada SegWit2x, que inicialmente foi planejada para o dia 16 de novembro. Seu objetivo é aumentar a velocidade de transações da rede. Na semana passada, os desenvolvedores chegaram a anunciar a suspensão da atualização, mas no fim da semana novos rumores apontaram para grupos que iria lutar para que ela ocorra.

Enquanto isso, o Bitcoin Cash passou por um forte rali nos últimos dias, conforme grupos de desenvolvedores mostraram um maior apoio à moeda. Após disparar mais de 60% e chegar a encostar nos US$ 2.000, o Bitcoin Cash agora passa por um ajuste e volta para a casa de R$ 1.300. Para entender melhor este cenário, clique aqui.


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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Prepare-se: 2018 será o grande ano para as criptomoedas


Em novembro do ano passado, um bitcoin custava cerca de US$ 650, uma diferença de doze vezes em comparação com o preço atual de US$ 6.800. Considerando esse aumento de valor, seria um absurdo dizer que os investidores não tiverem um bom ganho. Mas o que ainda está por vir?
Criptomoedas estão constantemente se tornando um bom investimento, especialmente para os investidores de alto risco. Notavelmente, a atratividade das moedas digitais não é apenas baseada na especulação, mas também na sua crescente adaptabilidade em várias indústrias. Por exemplo, ao longo deste ano, várias criptomoedas fizeram alianças e parcerias com gigantes tecnológicas e financeiras. As recentes ligações da Ripple com a BBVA e a fundação da Ethereum Enterprise Alliance são alguns exemplos desses acontecimentos em 2017.
Além disso, este ano caracterizou-se por grandes eventos que marcaram o mundo das criptomoedas, como os bilhões de dólares que foram arrecadados em ICOs bem sucedidas. Esses acontecimentos ajudaram a atrair muita atenção para as moedas virtuais e estabeleceram as bases para o desenvolvimento futuro da indústria.
Considerando isso, as criptomoedas provavelmente ganharão ainda mais atração em 2018. Embora que – se é que é possível especular algo – 2018 poderia ser o ano em que as moedas digitais possam testemunhar um “boom real”. Na verdade, o dinheiro institucional deve penetrar o mercado das criptomoedas neste ano, como o caso da CME Group, que já anunciou a negociação de futuros de bitcoin até o final de 2017. Embora que os futuros possam ser vistos como um intermediário entre os investidores convencionais e as criptomoedas, outras oportunidades, como a criação de cripto-ETFs*, também podem levar os investidores institucionais a terem uma atenção especial ao bitcoin e outros ativos digitais.
Por outro lado, o aumento da atenção da mídia também deixará sua pegada na indústria. A exposição dos cidadãos comuns à criptomoedas não terá outro impacto se não o de instigar as massas a escolher seu lado. O que, em troca, poderia servir como um convite para que essas pessoas dê uma gorjeta ou mergulhe de cabeça no mundo da descentralização e invistam montantes consideráveis ​​no setor.
Em conclusão, espera-se que bilhões de dólares sejam investidos em criptomoedas por grupos de empresas e novos investidores individuais, no próximo ano. Consequentemente, esses eventos terão um efeito amplificador importante nos níveis dos preços do mercado e podem até reduzir sua volatilidade. Embora não se possa dizer exatamente qual será o resultado desse cenário, só podemos imaginar os efeito de valorização que as moedas terão. Afinal, como disse Seth Klarman, “investir é a interseção da economia e da psicologia”.
Fonte: guiadobitcoin.com.br

Bitcoin não é bolha, diz investidor com aposta de US$ 213 mi


Para Tim Draper , investidor americano, a criptomoeda é a maior tecnologia inventada desde a internet

Por Karla Mamona
access_time12 nov 2017, 09h03 - Publicado em 12 nov 2017, 09h02
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Tim Draper: As pessoas sempre vão dizer que existe um problema e isso normalmente significa que há muito mais potencial de alta (foto/AFP)

São Paulo – Tim Draper caminhava pelo pavilhão de uma conferência de tecnologia em Lisboa, na terça-feira, quando foi encurralado por um empreendedor que promovia uma nova moeda digital. Depois de ouvir o discurso de venda, o investidor foi abordado por outra pessoa que vendia sua própria oferta inicial de moedas. Depois veio outra, e mais outra.

O motivo que levou os vendedores de criptomoedas até Draper não é mistério. Fundador da empresa de capital de risco Draper Fisher Jurvetson, do Vale do Silício, ele financiou nomes como Hotmail, Skype e Tesla e disse que se apaixonou pelo bitcoin logo após seu lançamento, em 2009. Em fevereiro de 2014, teve 40.000 bitcoins roubados quando a Mt. Gox, uma grande bolsa de criptomoedas do Japão, foi hackeada e deixou de operar. Na época, Draper tinha certeza de que o escândalo representaria o fim da era bitcoin.

“O preço caiu 10% a 20% com a notícia e eu pensei ’isso não é nada, deveria ter caído para zero’”, disse Draper, em entrevista no WebSummit 2017, em Lisboa.

Alguns meses após o roubo de 2014, ele comprou 30.000 bitcoins em um leilão realizado pelo Serviço de Delegados dos EUA. Os promotores haviam apreendido os tokens como parte do processo contra o Silk Road, um bazar da dark web usado para venda de narcóticos e outros itens de contrabando. Na época, o bitcoin era negociado a cerca de US$ 600, o que significa que Draper pagou cerca de US$ 18 milhões pelo lote. Hoje, o valor desses bitcoins é de US$ 213 milhões, um salto de 1.083 por cento. Draper defende a criptomoeda descaradamente desde então.

“Essa é a maior tecnologia inventada desde a internet”, disse Draper, um homem esguio que estava usando uma gravata vermelha com símbolos do bitcoin. “Trata-se de uma transformação sociológica, um movimento.”

E também de uma bolha épica, segundo os céticos, entre eles Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase. Muitos investidores ainda não conseguem definir o bitcoin. É uma moeda? Uma commodity? Uma reserva de valor, como o ouro? Empreendedores de todo o mundo estão inundando a internet com imitações — há mais de 1.270 moedas ou tokens digitais no mercado atualmente, com um valor total de US$ 205 bilhões, segundo o website CoinMarketCap, que monitora o setor. Ad Blindness: Veja com a WorldSense como a cegueira para anúncios online criou a necessidade de mineração de bitcoins Patrocinado

No WebSummit, uma reunião anual de mais de 60.000 especialistas em tecnologia, os anúncios dos novos ICOs chegaram com fúria — por exemplo a Uniti, primeira criptomoeda com “certificação verde” do mundo, e outra chamada Valhalla, que afirma que pode ajudar as pessoas a se recuperarem de desastres naturais. Indagado se o mercado vai implodir, a exemplo do estouro da bolha das pontocom no fim dos anos 1990, Draper balançou a cabeça.

“As pessoas sempre vão dizer que existe um problema e isso normalmente significa que há muito mais potencial de alta”, disse o investidor, que atualmente dirige a empresa de capital de risco Draper Associates.

Mas, e quanto às fraudes? Os órgãos reguladores temem cada vez mais que, na ânsia de ganhar dinheiro rapidamente, muitos investidores, especialmente membros da geração Y novatos nos mercados de capitais, coloquem dinheiro em negócios escusos, não em empresas. A China e a Coreia do Sul proibiram os ICOs e a Suíça impôs regras para a chegada deles ao mercado. A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) atualmente exige que os ICOs sejam cadastrados como IPOs.

Draper dá de ombros. Os investidores devem fazer a lição de casa e examinar quem executa os ICOs e se os planos de negócios parecem legítimos, disse. “Eu arrisco bastante”, disse ele, rindo. “Perco dinheiro 60 por cento do tempo.”

Fonte: exame.abril.com.br

domingo, 12 de novembro de 2017

O que está acontecendo? Reviravoltas no mercado fazem Bitcoin cair 8% e Bitcoin Cash disparar 40%

Após ver o "hard fork" ser suspenso, um grupo disse que irá manter seu apoio e divisão pode acontecer nos próximos dias

SÃO PAULO - A sexta-feira (10) é marcada por uma grande confusão no mercado das criptomoedas. Se nos últimos dias o mercado chegou a reagir com euforia com a notícia da suspensão do "hard fork" do bitcoin, hoje os preços da moeda ficam pressionados com uma possível reviravolta neste caso. Por outro lado, o dia para o Bitcoin Cash - criado de uma divisão da moeda principal -, é de forte alta, que supera os 40%.

Mas primeiro é preciso entender as diferenças do impacto em cada moeda, já que não é o mesmo fator que leva uma a cair e outra a subir. No caso do bitcoin, a principal questão é o retorno do SegWit2x, que visaelevar o limite do bloco da moeda dos atuais 1 para 2 megabytes. Esta atualização havia sido cancelada na última quarta-feira (8) o que tirou um "peso" de futuras incertezas da principal criptomoeda do mundo. Mas isso está mudando.


Um grupo desconhecido chamado de BitPico prometeu nesta sexta dar continuidade ao "hard fork" de forma independente. "Estamos realizando o fork independentemente de tudo que está acontecendo. Apoiar a dificuldade é agora uma estratégia", escreveu a BitPico. Diante disso, o mercado volta a temer o que pode acontecer na próxima semana, sem saber se o fork realmente irá ocorrer.

E é neste cenário que o Bitcoin Cash parece estar ganhando um grande apoio. A BitPico clama ter 30% da força mineradora do Bitcoin e se eles decidirem migrar para a moeda "dividida" da original, muita coisa pode mudar. O site e pool de mineração Bitcoin.com, comandado por Roger Ver, ampliou seu suporte ao Bitcoin Cash e incentiva seus usuários a alocarem seu poder de "hash" para minerar neste blockchain.

"Devido à demanda significativa de nossos usuários, o pool Bitcoin.com dará aos consumidores mineradores a opção de apoio à cadeia Bitcoin Cash (BCH) com seu hashrate, mas o pool Bitcoin.com continuará por padrão apoiando o suporte à cadeia SegWit2x (BTC)", disse a empresaem comunicado.

"No imporvável advento da falha da ativação do aumento do tamanho do bloco para 2MB, o Bitcoin.com vai imediatamente mover todos os recursos da empresa para o apoio exclusivo ao Bitcoin Cash", completou o grupo. Caso isso realmente se confirme, o Bitcoin Cash passa a ganhar muito poder de mineração, o que melhora seu sistema. E é isto que pode estar sustentando a forte alta da moeda.

O cenário se tornou confuso nas últimas horas e especialistas tentam entender todos estes movimentos. Há quem desconfie do real poder desse grupo BitPico, mas na via das dúvidas a reação do mercado acaba sendo bem forte. Os próximos dias serão bem agitados.


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