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Endereços conhecidos por pertencerem a Satoshi Nakamoto receberam bitcoins nesse 1º de abril.
Para quem ainda não sabe Satoshi Nakomoto é o pseudônimo utilizado pela pessoa ou pessoas que criaram o Bitcoin. Embora existam diversas teorias e vários autoproclamados Satoshi, até hoje sua identidade é um completo mistério.
Um grupo de 20 endereços que supostamente pertencem a Satoshi Nakomoto receberam cerca de 50 bitcoins nesse 1º de abril. Vale ressaltar que essas carteiras são consideradas pertencestes a Satoshi por fazerem parte dos 100 primeiros blocos da blockchain do Bitcoin e não recebem nenhum tipo de entrada ou saída há mais de uma década.
O engenheiro da Chainalysis, Dwayne Austin, explicou que a maioria das moedas está sendo movida por mixers, na tentativa de esconder sua origem, enquanto uma transação externa foi enviada para um endereço conhecido por pertencer ao grupo de mineração Coingeek.
A parte mais estranha dessa transação, pra início de conversa, é sua data. Hoje é nada mais nada menos que 1º de abril, o dia da mentira, que é uma data comemorada em muitos países pregando pegadinhas e espalhando notícias falsas e absurdas para diversão, ou não, de muita gente.
Outra questão que devemos perceber, é que a movimentação foi apenas de entrada o que notoriamente não prova a aparição de Satoshi, pois qualquer pessoa pode enviar BTC pra essas carteiras. No mais é de se estranhar que enviem BTC somente para fazer piada, mas quem poderia duvidar do senso de humor de quem tem uma boa quantia de bitcoins sobrando?
Um fato incomum marcou o criptomercado nessa segunda-feira (30), quando uma misteriosa transferência milionária de Bitcoin foi registrada entre carteiras desconhecidas.
Pagando uma taxa de apenas US $ 60, uma baleia (termo usado para identificar grandes detentores de bitcoin) misteriosa fez uma transação de 50.343 bitcoins.
O valor é equivalente a 320.978.017 dólares. Assim, trata-se de uma quantia exorbitante que rapidamente chamou de um perfil no Twitter que observa este tipo de investidores.
Após uma rápida investigação, foi descoberto que a carteira que recebeu as criptomoedas já tinha movido outras quantias milionárias de bitcoin no passado.
O fato começou a levantar algumas especulações sobre quem pode ser seu proprietário. Entre as hipóteses mais discutidas está a de que seu responsável é uma Exchange, um fundo de reserva ou um investidor que tem mudado deliberadamente de carteiras por medida de segurança.
Seja como for, até o momento o fato continua sendo um mistério. Porém, o mais importante é que esta não é a única transação feita por baleias registrada recentemente.
Somente em 24 horas, o Twitter Whale Alert acompanhou pelo menos nove movimentações entre carteiras virtuais contendo pelo menos 800 bitcoins entre elas.
Todo este volume de finanças pode ser reflexo dos efeitos do coronavírus nas finanças globais, ou ter algum outro motivo que ainda não veio à tona.
Bitcoin não é a única criptomoeda transferida
Embora o bitcoin seja o ativo de maior valor dentro do criptomercado, baleias também têm feito transferências de outras criptomoedas, com grandes valores.
Um dos exemplos foi uma recente transação de XRP, registrada da corretora Bithumb para outra carteira desconhecida.
A baleia responsável por essa ação movimentou 51.000.000 XRP, no valor total de 8.769.202 milhões de dólares. A taxa paga para fazer isto foi inferior a um cent.
Neste caso, especula-se que o movimento possa ter sido realizado por um trader de XRP, que está transferindo fundos, ou a própria Bithumb que está movendo ativos em nome de seus clientes.
Uma hipótese com relação a todas estas transações está relacionada a uma aparente recuperação que o criptomercado vem tendo recentemente, após grandes quedas em março.
Mesmo que nesta terça-feira (31), o Bitcoin esteja apresentando uma pequena queda de 0,3%, na casa dos 6.400 dólares, no momento em que estas transações foram feitas a criptomoeda estava em alta.
O mesmo estava acontecendo com o XRP, que nas últimas 24 horas teve uma valorização de quase 3%. Assim sendo, é possível que estas movimentações nos bastidores estejam ocorrendo pela força que o criptomercado está voltando a ter.
Acredite se quiser, o governo brasileiro acaba de tomar medidas que impulsionam a alta do Bitcoin, bom, ao menos na cotação em Reais (R$).
Qualquer decisão que aumente a quantidade de moeda fiduciária em circulação no país é benéfica para o preço do Bitcoin. Em momentos de crise, é comum os governos recorrem à estímulos:
Fonte: Valor Investe
Por mais benéfico que seja o estímulo para a economia e até mesmo o impacto da redução do juros no pagamento da dívida de empresas e do próprio governo, no fim das contas a cotação do Real (R$) medido em moedas mais fortes sofre por conta disto.
O impacto do câmbio no Bitcoin em Reais (R$)
Em abril de 2018, o bitcoin exatamente no mesmo preço de R$ 32.315 encontrado hoje em março de 2020. A cotação em Dólar na época, acredite, era de US$ 9.390, ante os atuais US$ 6.260.
Repare no milagre: o Bitcoin caiu 33% em Dólar, mas a cotação em Reais se manteve. Isto ocorre pois nossa moeda local se desvalorizou de 3,45 para atuais 5,10 por cada Dólar.
Não cabe a nós debater se pacotes de estímulo pelo governo são ou não benéficos em momentos de crise, em especial quando há uma questão de saúde envolvida.
O fato é que nosso governo gasta mais do que arrecada, portanto só nos resta queimar reservas internacionais ou aumentar a liquidez do sistema, colocando mais dinheiro em circulação.
Qualquer outro tipo de solução envolveria grandes cortes na máquina pública, mas sabemos que esta batalha seria demorada e dificilmente aprovada em um período de crise.
Impacto no Câmbio
Um dos efeitos da queda nos juros é o fim do “carry trade”, o investimento estrangeiro entrava no país buscando as taxas de juros mais altas.
O Investimento Estrangeiro Direto, aportes realizados em indústrias e empresas, por exemplo, desaparecem em momentos de pânico nos mercados.
Câmbio é um jogo de confiança. Se o mercado acredita que a capacidade do governo de cumprir seus compromissos é reduzida, ou que o fluxo de entrada de Dólares será interrompido, imediatamente a ocorre a desvalorização.
Redução no risco das criptomoedas
Com a opção da Renda Fixa saindo da jogada, uma vez que o rendimento líquido está igual ou pior que a inflação, os investidores se vêem forçados e buscar mais risco.
Outra opção seria comprar ativos em Dólares ou Euros, mas estas regiões também estão tomando medidas drásticas de caráter expansionista.
Isto resulta na tempestade perfeita pro Bitcoin, pois sua política monetária: halving + ajuste de dificuldade de mineração, garante proteção contra inflação, que em algum momento vai bater na porta das moedas fiat dos governos.
Porém, isso não significa que reter em bitcoin é uma péssima ideia durante a crise atual.
Neste artigo, você entenderá por que reter bitcoin durante a pandemia poderia ser o melhor passo durante uma crise econômica.
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Volatilidade do bitcoin
A pandemia do novo coronavírus se propaga pelo mundo e a economia global está lentamente se destruindo. O preço de ativos refletiu essa questão desde que ficou claro que o coronavírus não era mais um problema global, mas sim uma crise global.
Ações, títulos empresariais, imóveis, petróleo, metais e, é claro, criptoativos foram atingidos em resposta à desaceleração no crescimento da economia global e da incerteza atual de mercado.
A queda recente de 40% do bitcoin e sua incapacidade de agir como um ativo de refúgio durante uma queda brusca no preço de ativos gerou alegria entre críticos do bitcoin, como Peter Schiff, grande adepto ao investimento em ouro.
If any institutional money ever actually went into #Bitcoin it's about to come out, never to return. Bitcoin has finally proven conclusively that it's neither a store of value, a safe haven, nor a non-correlated asset. The Bitcoin chain letter has finally run out of links!
Ele tuitou: “[…] o bitcoin finalmente provou não ser uma reserva de valor, um ativo de refúgio nem um ativo não correlacionado. A corrente de e-mails do Bitcoin finalmente não tem mais destinatários!”.
Porém, Schiff não parece entender os recursos principais do bitcoin nem sobre que tipo é a principal moeda digital descentralizada do mundo.
Qualquer um que compre e retenha bitcoin realmente possui governança sobre seus fundos, ou seja, não será afetado caso bancos venham a falir caso haja uma grande crise global (Imagem: Crypto Times)
Um ativo de risco contra a crise econômica
O protocolo Bitcoin foi criado para ser resistente à censura. Na verdade, resistência à censura é, provavelmente, seu recurso mais poderoso e inovador.
Significa que qualquer um que compre e retenha bitcoin realmente possui governança sobre seus fundos. Fundos retidos em bitcoin não podem ser (facilmente) congelados ou confiscados.
O bitcoin não é necessariamente uma proteção contra uma queda de mercado — quando correlações desmoronam e investidores convertem seus fundos em dinheiro físico —, mas sim uma proteção contra uma ampla crise econômica que pode resultar em bail-ins (soluções de mercado para recuperação financeira), falências de bancos ou confisco de ativos.
Sim, o preço do bitcoin poderia cair ainda mais. E sim, tem agido mais como uma ação de tecnologia do que como ouro nas últimas semanas. No entanto, quanto do seu dinheiro você perderia se o banco que o possui entrasse em falência?
É difícil um banco falir mas, no caso de uma grande crise econômica, seu dinheiro pode ir embora conforme o banco usa seus fundos para cobrir despesas (Imagem: Freepik/macrovector)
Se a Crise Financeira Global (CFG) de 2008 nos ensinou algo foi que bancos podem falir. Foi o caso do Bear Stearns e do Lehman Brothers. Além disso, entre 2008 e 2012, a Empresa Federal de Seguros de Depósito (FDIC, na sigla em inglês) teve que fechar 465 bancos que entraram em falência nos EUA.
O seguro de depósito cobre depósitos de até US$ 250 mil, mas é difícil recuperar qualquer quantia além dessa caso haja falência da instituição financeira.
Imagine que você possua 1 milhão em seu banco local e ele entre em falência porque não está capitalizado o suficiente para lidar com grandes incumprimentos de empréstimo.
Nesse caso, você perderia 75% dos seus fundos. Assim, isso põe a queda de 40% no preço do bitcoin em perspectiva, principalmente já que o preço do bitcoin pode se recuperar novamente.
Agora, você pode dizer que falências de bancos são improváveis. Isso é verdade. Bail-ins bancárias também são improvável, mas cipriotas passaram por isso em 2013 no auge da Crise Econômica Europeia.
Durante a Crise Europeia, os cidadãos cipriotas perderam suas poupanças conforme o governo as tomou sem consentimento (Imagem: Freepik/www.slon.pics)
Uma bail-in bancária é quando um banco usa fundos de seus depositantes para recapitalizar e evitar falência. Em termos mais simples, bancos tomam uma porcentagem do seu dinheiro depositado para se salvarem, e não há nada o que você possa fazer.
Embora esse cenário soe absurdo, foi exatamente o que aconteceu no Chipre em 2013.
Da noite para o dia, uma taxa única em depósitos bancários foi arrecadada e, de repente, cada cipriota que tinha depósitos no banco teve seu dinheiro tomado pelo governo sem seu consentimento.
Quando cipriotas foram sacar dinheiro de suas contas, bancos foram fechados para evitar uma corrida bancária.
Não, essa não é uma cena de um filme de assalto bancário. Isso realmente aconteceu e poderia acontecer novamente. Por quê? Porque o dinheiro que você depositou em um banco não é realmente seu.
Tem seu nome nele, mas é o banco quem o possui fisicamente.
Por outro lado, se você retém bitcoin em uma carteira pessoal da qual você possui as chaves privadas, aquele dinheiro é seu e apenas seu. Ninguém pode acessá-lo. Desde que você possua as chaves, é seu dinheiro.
Não desista do bitcoin, pois ele poderá te salvar caso o sistema global entre em colapso e os bancos tomem os seus fundos (Imagem: ihodl)
Se a pandemia virar uma longa crise, retenha bitcoin
Caso a pandemia do coronavírus seja uma crise econômica global ainda maior do que a que vivenciamos em 2008 e, para falar a verdade, esse parece ser o caso, então obter uma pequena porcentagem de seus fundos em bitcoin (em uma carteira sob seu controle) é, provavelmente, a melhor coisa a se fazer.
A resistência à censura do bitcoin significa que, mesmo no caso de falência de um banco, bail-ins, falta de dinheiro ou colapso de sistemas bancários, você ainda terá acesso a seus fundos.
Além disso, diferente do ouro, o bitcoin também pode ser usado de forma efetiva como uma moeda.
No caso de um colapso do sistema financeiro tradicional, a adesão do bitcoin provavelmente decolaria para comerciantes e varejistas em todo o país, o que poderia ser uma salvação para você, sua família e seu negócio.
Embora esse artigo apresente uma situação sombria de como o mundo pode estar daqui a alguns meses, aprendemos, nas últimas semanas, que é melhor estar preparado do que esperar para ver como as coisas acontecessem. Parte da preparação pelo que virá poderia fazer o “HODL” (reter) bitcoin, por via das dúvidas.
12 de março será um dia a ser lembrado por todos que acompanham o mercado de criptomoedas.
Com a queda de 40% do valor em dólar do Bitcoin, acompanhando a derrocada do mercado tradicional (S&P afundou quase 10%, Ibovespa 15% e por aí vai), também caiu por terra um dos grandes mitos em relação a ele: a ideia de que o Bitcoin (BTC) é uma reserva de valor, um ouro digital, a qual todos correriam em uma crise global.
Os números já não corroboravam essa visão. Um exemplo é a correlação do Bitcoin com o ouro, que nunca foi claramente positiva, como pode ser observado no gráfico abaixo. Diferentemente da correlação do BTC com as outras criptos, como o Ethereum (ETH), por exemplo, onde a correlação é muito próxima de 1.
Para quem não está familiarizado com correlação, ela mede a direção e a magnitude de movimento de um ativo em relação a outro. Se a correlação é +1 significa que os dois se moveram na mesma direção e na mesma magnitude (se um subiu 5%, o outro também subiu 5%); se for -1, é o contrário (se um subiu 5% o outro caiu 5%); e se for zero, os movimentos são independentes (um subiu 5% e o outro ficou parado, por exemplo).
Outro gráfico interessante mostra a correlação diária entre o Bitcoin e o S&P. Desde o começo de março, quando a crise se intensificou, ela vem sendo muito próxima de 1. Ou seja, o Bitcoin teve um movimento muito mais parecido com o S&P do que com o ouro.
Assim sendo, vê-se que o Bitcoin ainda não consegue cumprir duas das três características das moedas: ser reserva de valor e meio de troca. Não é preciso explicar por que ela não é meio de troca, já que é difícil encontrar um lugar que o aceite para pagamentos. Em relação à reserva de valor, o exemplo acima deixa isso claro.
Não há que se desprezar também o fato de que hoje há uma corrida desenfreada por dinheiro (cash). Todos os ativos entraram na mira de tiro para se fazer cash. Por isso, todos eles estão com correlação muito próxima de 1 nos últimos dias.
“Cash is king” é o mote do mercado. E cash em dólares! Isso pode distorcer minha análise, mas me baseio na correlação de longo prazo do BTC com o ouro.
Se nesse momento podemos matar o mito de que o Bitcoin é um ouro digital, isso quer dizer no futuro também será assim? Aí é que entra a maravilha do mundo: eu acho que não.
Um segundo momento dessa crise atual pode ser marcado por uma desconfiança em relação à manutenção do status quo do mercado financeiro, um sistema com uma rede de intermediários bastante complexa e de difícil manutenção.
Não é difícil imaginar algum elemento desse mercado sendo um elo fraco, que se subjugará à crise, por mais que os Bancos Centrais (BCs) do mundo inteiro estejam alertas a isso. Então, pode entrar no jogo uma característica incrível do Bitcoin: ser peer to peer (sem intermediários).
Outro cenário é que, após a enxurrada de dinheiro que os BCs estão emitindo e a estabilização do sistema, tenhamos um período prolongado de inflação (esse é o sonho e a torcida de qualquer Banco Central nos últimos dez anos). Assim, ativos como o Bitcoin poderiam performar muito bem.
Se tivesse que fazer uma aposta hoje, não descartaria o cenário de um elo importante do sistema financeiro quebrar, mas não acredito que esse seja o de maior probabilidade. Os BCs entenderam o problema que isso pode causar com o caso da Lehman Brothers em 2008, e devem socorrer todos e qualquer um.
Agora, quanto à inflação, eu sinceramente rezo para que ela venha. Se ela não vier, os cenários que consigo ver são certamente mais doloridos e incertos para o mundo todo. O problema é que, nos últimos dez anos, inflação está mais difícil de encontrar do que cabeça de bacalhau.
Em resumo, cai o mito e surge o ativo nu e cru.
O Bitcoin morreu. Longa vida ao Bitcoin!
Gustavo Cunha
Profissional com mais de 20 anos de atuação no mercado financeiro brasileiro e ex-diretor do Rabobank Brasil, escreve sobre inovação e os impactos dela no mercado financeiro (essencialmente Blockchain, criptomoedas e Fintechs). É experiente palestrante que concilia prática e teoria nos seus estudos para o doutorado (PHD) na Universidade do Porto (Portugal).