terça-feira, 15 de junho de 2021

O bitcoin pode destruir um país?

 


Foi a notícia econômica do ano. E ninguém ainda é capaz de prever seus efeitos. O jovem presidente de El Salvador, Nayib Bukele, de 39 anos, anunciou que o bitcoin será uma nova moeda oficial na economia local, como já é o dólar. Assim, a nação centro-americana se torna o primeiro lugar do mundo a aceitar oficialmente a criptomoeda. De acordo com a agência Reuters, o Fundo Monetário Internacional (FMI) vê preocupações econômicas e jurídicas na decisão. Entenda o que levou o governo a essa decisão, quais seus maiores riscos e quem é o político por trás desta jogada disruptiva.

O PRESIDENTE

Millenial. Não há como falar da decisão que balançou organismos financeiros planetários, como o FMI, sem tratar de Nayib Bukele. Sua família é de origem palestino-cristã e o pai se converteu ao islamismo. O jovem presidente salvadorenho fará 40 anos dia 24 de julho. É um millenial. E assim se comporta. Vive tuitando – anunciou que adotaria o bitcoin por ali. Seu canal no Twitter tem 2,7 milhões de seguidores. Claro que nem todos são cidadãos salvadorenhos, mas a maioria esmagadora é. Equivale a 41% da população do país. Seria como a conta de Bolsonaro carregar 87 milhões de seguidores (tem muito menos: 6,7 milhões).

Carreira. Com 30 anos, foi eleito por uma coalização liderada pelo partido de esquerda FMLN para o cargo de prefeito de uma pequena cidade (Nuevo Cuscatlán). Adotou políticas de proteção social e incentivo à educação por meio de bolsas estudantis. Três anos depois, foi eleito (ainda pelo FMLN) prefeito da capital do país, San Salvador. Em 2017, rompeu com o partido de esquerda e mudou-se para um de centro direita. Em 2019, foi eleito presidente.

Política de governo. El Salvador tem 6,5 milhões de habitantes (do tamanho da cidade do Rio de Janeiro) e um PIB de US$ 27 bilhões (metade do de Brasília). Fica entre Guatemala e Honduras, na costa oeste, de frente para o Pacífico. Bukele montou um gabinete com oito homens e oito mulheres. Na política externa, estava alinhado com os Estados Unidos, mas se distanciou recentemente desde que parte de seu grupo foi acusado de desvio de dinheiro por Washington. Por outro lado, Bukele se aproxima da China, que planeja investimentos em infraestrutura, em especial no projeto Surf City, que pretende transformar a costa do país num destino turístico. No âmbito interno, em maio, junto do Congresso, destituiu os juízes da suprema corte e o procurador-geral, num ato considerado de autoritarismo. Sua popularidade em dois anos de governo nunca ficou abaixo dos 85%.

BITCOIN, O QUE MUDA

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A Lei. Anunciada pelo presidente dia 5 e aprovada pelo Congresso três dias depois, a lei determina que o bitcoin pode ser usado em qualquer transação e que toda empresa deverá aceitar o pagamento na criptomoeda, exceto aquelas que não possuam tecnologia para tal. “Cada restaurante, cada barbearia, cada banco, tudo pode ser pago em dólares americanos ou bitcoin e ninguém pode recusar o pagamento”, disse o presidente Bukele em um hangout.

Câmbio. A taxa de câmbio entre as duas moedas (dólares e bitcoins) será estabelecida pelo mercado.

Fundo. A lei prevê mecanismos para minimizar riscos à população. Um fundo fará a troca da criptomoeda por dólares para qualquer salvadorenho ou pequenas empresas que queiram ficar longe de oscilações. “Eles precisam aceitar o bitcoin, mas não precisam correr o risco”, disse o presidente Bukele. “O objetivo do fundo fiduciário não será ganhar dinheiro, mas ajudar a tornar o bitcoin uma moeda com curso legal.”

Incentivos. Haverá ainda incentivos para atrair investidores estrangeiros. El Salvador é um dos poucos países do mundo sem impostos sobre a propriedade e promete também não ter imposto sobre ganhos de capital em bitcoin. E o país oferecerá residência permanente imediata para quem investir em criptomoeda na economia salvadorenha.

BITCOIN. OS RISCOS

Volatilidade. Disparadamente, trata-se do maior risco. No começo de janeiro, 1 bitcoin era vendido a US$ 29 mil. No meio de abril chegou a US$ 62 mil e domingo (13) a US$ 39 mil. Uma gangorra capaz de colapsar o cidadão médio de qualquer país. Por esse motivo El Salvador pensou na criação do fundo para os moradores locais que queiram trocar seu bitcoins por dólares imediatamente.

Dinheiro suspeito. Outro ponto que chama a atenção dos críticos é que o bitcoin, por dificilmente ser rastreável, facilitaria crimes como lavagem de dinheiro, corrupção ou extorsão. Ciberataques cada vez mais são feitos para pedir das empresas e instituições vítimas pagamento em criptomoedas.

BITCOIN VANTAGENS

Desbancarizados. Como ocorre em países pobres e desiguais, parte considerável da população acaba não tendo acesso ao sistema bancário. Segundo o Ministério da Economia de El Salvador, no país 70% dos habitantes não têm acesso a serviços financeiros tradicionais. Com a Lei do Bitcoin, basta um celular e conexão à internet para se tornar um bancarizado. Maior quantidade de dinheiro em circulação e em maior velocidade significa crescimento da economia.

Remessas. Parte da população salvadorenha migrou, em especial para os Estados Unidos, para fugir da pobreza. Estima-se que cerca de 20% do PIB do país venha de remessas feitas por seus cidadãos vivendo no exterior. No ano passado, apesar da pandemia, foram US$ 6 bilhões recebidos dessa maneira. Com a criptomoeda a desintermediação (taxas podem morder hoje até 30% das remessas) significa dinheiro diretamente no bolso da população.

El Salvador fez seu all in. E o mundo vai olhar para lá como nunca antes.


Fonte: https://www.istoedinheiro.com.br/


segunda-feira, 14 de junho de 2021

Bitcoin sobe forte e supera os US$ 40 mil após Musk sugerir que Tesla pode aceitar a criptomoeda novamente

 



O preço do Bitcoin registra fortes ganhos e supera os US$ 39 mil nesta segunda-feira (14) após nova fala de Elon Musk, CEO da Tesla, que vem nas últimas semanas movimentando o mercado das criptomoedas.

Musk tuitou no último domingo (13) que a empresa retomará as transações de bitcoin quando houver confirmação do uso razoável de energia limpa por mineradores.

“A Tesla vendeu apenas cerca de 10% da participação para confirmar que o BTC possa ser liquidado facilmente sem mover o mercado”, diz o tuíte. “Quando houver confirmação de uso razoável de energia limpa por mineradores com tendência futura positiva, a Tesla voltará a permitir transações de bitcoin.”

Às 10h27 (horário de Brasília), o Bitcoin operava a US$ 40.529,23, em alta de 12,61% na comparação com a cotação de 24 horas atrás, segundo dados do CoinMarket Cap.

Confira o tuíte de Musk: 

Desde o início do ano, a cotação do Bitcoin subiu mais de 30%, embora tenha passado por grandes oscilações. Ele atingiu uma alta de todos os tempos de US$ 64.829,14 em abril e atingiu uma baixa perto de US$ 30.000 em maio, após uma queda intradiária de 30%.

Em meados de maio, a criptomoeda caiu após Musk informar que iria interromper as vendas de seus carros usando Bitcoin por conta dos impactos ambientais causados pela mineração de criptomoedas.

A criptografia de mineração requer grandes quantidades de energia para alimentar computadores poderosos – a mineração de Bitcoin consome mais energia do que países inteiros como a Finlândia e a Bélgica, de acordo com o Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index.

O mercado também era influenciado pela empresa de software e grande apoiadora de bitcoin MicroStrategy, que levantou meio bilhão de dólares para comprar bitcoin , disse Bobby Ong, cofundador do site de análise de criptomoedas CoinGecko.

Fonte: https://www.infomoney.com.br/

domingo, 13 de junho de 2021

Bitcoin dispara após Elon Musk dizer que Tesla aceitará a criptomoeda se mineradores usarem energia limpa

 


Bitcoin está em movimento novamente graças a um tweet de Elon Musk.

O CEO da Tesla e amante de Dogecoin (DOGE) disse em um post neste domingo (13) que a Tesla “vai retomar a permissão de transações de Bitcoin” se e quando houver “confirmação de uso razoável (50%) de energia limpa por mineradores no futuro.” O Bitcoin estourou quase 5% após o tweet, passando de US$ 37.399 para US$ 39.190.

O tweet foi uma resposta a uma matéria da versão em inglês do site CoinTelegraph sobre Magda Wierzycka, CEO fintech Sygnia, acusando Musk de fazer pump and dump de Bitcoin depois que a Tesla comprou US$ 1,5 bilhão. Em resumo, Wierzycka diz que ele comprou BTC para “vender uma grande parte de sua exposição no pico.”

Musk disse que a crítica de Wierzycka foi “imprecisa”, acrescentando que a Tesla “vendeu apenas 10% das participações para confirmar que o BTC poderia ser liquidado facilmente sem mover o mercado.” (Musk disse em abril que a Tesla vendeu 10% de suas participações “essencialmente para provar a liquidez do Bitcoin como uma alternativa para manter dinheiro no balanço patrimonial”).

No ano passado, os tweets de Musk mudaram repetidamente os preços das criptomoedas, tanto para cima quanto para baixo.

A compra do Bitcoin da Tesla em fevereiro deu um impulso às ações do Bitcoin e da TSLA. Em maio, no entanto, no ‘tweet surpresa’ em que ele afirmou que a Tesla não aceitará mais o Bitcoin devido a preocupações ambientais levou a um grande retrocesso que continuou enquanto ele continuava a tweetar suas preocupações sobre o Bitcoin.

Enquanto isso, ele preferiu a Dogecoin, e seus tweets sobre a criptomoeda meme repetidamente impulsionaram o preço da DOGE.

Os gráficos de preços mostram que o ‘efeito Elon’ sobre os preços das criptomoedas está vivo como sempre. Após o tweet de Musk neste domingo, o Bitcoin rompeu o nível de resistência de US$ 35.000 para US$ 36.000 pela primeira vez desde o início da recente tendência de baixa em abril.

O debate sobre o impacto ambiental do Bitcoin ficou mais alto e mais quente no ano passado, e levou os críticos a pedir mais mineração de Bitcoin que use energia renovável (ou “limpa”). A parte atual da mineração de Bitcoin que já usa energia renovável está em disputa. Um relatório de 2020 do Cambridge Center for Alternative Finance estimou que 39% da mineração de Bitcoin usa energia renovável, enquanto um relatório de 2018 da CoinShares, uma empresa de investimento em criptomoedas, fixou o número em 77,6%.

Em algum momento entre a Tesla comprar US$ 1,5 bilhão em Bitcoin em fevereiro e Musk recuar em maio, o executivo ficou claramente preocupado com o uso de energia da mineração de Bitcoin e como isso poderia prejudicar a imagem verde da Tesla.

Na conferência Bitcoin 2021 em Miami na semana passada, gritos de “Fuck Elon”, bem como camisetas com a mesma frase, foram populares. Mas se a Tesla está disposta a abraçar novamente o Bitcoin, talvez os Bitcoiners não tenham terminado com Musk para sempre.

Fonte: https://portaldobitcoin.uol.com.br/


quinta-feira, 10 de junho de 2021

Bitcoin é colocado em categoria de máximo risco sob plano de reguladores

 



(Bloomberg) — Bancos terão que cumprir os mais rigorosos requisitos de capital para posições em Bitcoin e outros criptoativos, segundo planos de reguladores globais para evitar ameaças à estabilidade financeira com origem no volátil mercado.

Na quinta-feira, o Comitê de Supervisão Bancária de Basileia disse que o setor bancário enfrenta riscos crescentes dos criptoativos por causa da possibilidade de serem usados em lavagem de dinheiro, possíveis desafios à reputação e fortes oscilações dos preços que podem levar a defaults.

O painel propôs que uma ponderação de risco de 1.250% seja aplicada à exposição de um banco ao Bitcoin e algumas outras criptomoedas. Na prática, isso significa que um banco pode precisar manter um dólar em capital para cada dólar de Bitcoin, com base em um requisito de capital mínimo de 8%. Outros ativos com essa máxima ponderação de risco possível incluem produtos securitizados, sobre os quais bancos têm informações insuficientes sobre as exposições subjacentes.

“O crescimento dos criptoativos e serviços relacionados tem potencial de aumentar as preocupações com a estabilidade financeira e elevar os riscos enfrentados pelos bancos”, disse em relatório o Comitê de Basileia, que inclui o Federal Reserve e o Banco Central Europeu. “O capital será suficiente para absorver uma baixa contábil total das exposições a criptoativos sem expor os depositantes e outros credores seniores dos bancos a uma perda.”

A proposta está aberta a comentários públicos antes de entrar em vigor, e o comitê disse que essas políticas iniciais provavelmente serão alteradas várias vezes à medida que o mercado evolui. Nenhum cronograma foi especificado no relatório, mas o processo para chegar a um acordo e implementar as regras de Basileia mundialmente pode levar anos.

Alguns ativos, como tokens com valores atrelados a ativos do mundo real e as chamadas stablecoins, são avaliados com requisitos de capital mais baixos.

A popularidade das criptomoedas deu um salto este ano, com investidores amadores e profissionais buscando lucrar com o Bitcoin, bem como nos nichos mais obscuros do mercado. O entusiasmo com a adoção institucional, a ideia de que é uma reserva de valor semelhante ao “ouro digital”, e o endosso de investidores de renome como Paul Tudor Jones e Stan Druckenmiller estimularam o mercado altista.

O Bitcoin subiu de US$ 10.000 em setembro passado para US$ 63.000 em meados de abril. No entanto, no mês passado, os preços despencaram para US$ 37.000, em meio ao escrutínio regulatório mais rigoroso na China e críticas de Elon Musk, fundador da Tesla, ao alto custo da energia do Bitcoin.

Embora muitos bancos tenham sido cautelosos em relação ao comércio de criptomoedas, o maior interesse de consumidores leva empresas financeiras, como Interactive Brokers e Robinhood Markets, a se expandirem nesse mercado. O Standard Chartered disse este mês que vai formar uma joint venture para comprar e vender Bitcoins.

Fonte: https://www.infomoney.com.br/