A Estônia pode ganhar uma criptomoeda nacional -- algo semelhante ao Bitcoin --, de acordo com Kaspar Korjus, diretor do programa de residência eletrônica (E-Residency) do país. Korjus escreveu um longo artigo (veja aqui) descrevendo as possíveis utilidades da moeda. O banco central de Israel também estaria avaliando a criação de uma criptomoeda, segundo uma reportagem da agência Reuters, mas a instituição ainda não comenta o assunto.
Os dois países se juntariam à Venezuela, que no início do mês de dezembro anunciou acriação da moeda virtual "El Petro".
Ainda não confirmada oficialmente, a criptomoeda israelense poderia ser uma solução para agilizar os pagamentos e transferências dentro do sistema bancário israelense. Diferente do Bitcoin, a moeda seria centralizada e gerenciada pelo banco central.
A proposta estoniana, que vem sendo chamada de "estcoin", não é chamada de "criptomoeda", mas sim de "token" ("ficha digital"). Como membro da União Europeia, o país não pode emitir moeda própria. O Banco Central Europeu confirmou que o pais não teria autorização legal para fazer a emissão de qualquer moeda, mesmo que na forma de uma criptomoeda.
No artigo que escreveu, Korjus reconheceu a regra também admite ainda não saber qual seria a utilidade da "estcoin". Mas é possível que as moedas sejam usadas no programa de residência eletrônica do país. A Estônia tem uma das iniciativas mais inclusivas de identidade digital do mundo e até estrangeiros podem solicitar suas identidades eletrônicas estonianas.
Segundo Korjus, o programa de residência eletrônica já injetou 14 milhões de euros no país.
A "estcoin" poderia ser usada como moeda de troca entre os participantes do programa. Seria uma espécie de ponto ou recompensa para quem presta auxílio a outras "e-residentes" ou que indica o cadastro no programa para outras pessoas.
Outra possibilidade é a emissão de fichas atreladas ao euro. Nesse caso, o governo estoniano se comprometeria a recomprar todas as fichas por um euro. Usuários da moeda seriam identificados por suas identidades digitais estonianas. Dessa forma, a "estcoin" seria centralizada e todas as transferências seriam identificadas, ao contrário do Bitcoin.
Nesse modelo, a ficha digital estoniana seria uma "criptoficha" bastante única. Ela seria centralizada, gerenciada por um governo, rastreável e teria lastro, com valor garantido pelo governo.
O programa de residência eletrônica estoniano já permite que qualquer pessoa no mundo crie uma pessoa jurídica (empresa) na Europa e tenha acesso ao sistema bancário europeu pela internet. O cadastro exige o envio de documentação com foto e custa 100 euros.
Imagem: Ilustração da Estcoin feita por Peter Kentie, um residente virtual da Estônia. (Foto: Peter Kentie)
Fonte: g1.com