
A pandemia do novo coronavírus derrubou os mercados do mundo e uma das preocupações dos investidores é sobre quanto tempo levará para que os ativos possam recuperar os níveis pré-crise. Nesse exercício de futurologia, alguns poucos investimentos financeiros têm trazido perspectivas mais otimistas. Entre eles estão o ouro e principalmente os criptoativos. No caso destes últimos, existe um grande motivo para o otimismo. Na segunda-feira 11 o bitcoin passou por um novo halving, nome dado ao corte pela metade nas emissões dessa criptomoeda. O mecanismo serve para elevar a cotação no futuro, dentro do princípio de que a escassez valoriza o ativo.
Apresentada ao mundo em outubro de 2008, em plena crise do subprime, o bitcoin é um dinheiro digital com função semelhante ao papel moeda. A primeira transação aconteceu em janeiro de 2009. A diferença é que ela não é emitida por nenhum governo e sim em uma rede de computadores espalhadas pelo mundo, chamados de mineradores. Em sua criação, ficou estabelecido que haverá um número máximo de 21 milhões de bitcoins emitidos até o ano 2140. E, para que isso ocorra dentro do espaço de tempo programado, é necessário haver um halving a cada quatro anos. Ao reduzir a oferta pela metade, evita-se o processo inflacionário.
Até 11 de maio eram emitidos 12,5 bitcoins a cada dez minutos. Com o halving da última semana, a taxa caiu para 6,25. Como a demanda pelo ativo tem aumentado, acredita-se que a lei da oferta e da procura influencie positivamente o preço da moeda. “A valorização deve acontecer aos poucos, num prazo de 12 meses”, afirma Ricardo Da Ros, executivo responsável pelas operações no Brasil da plataforma argentina de investimento digital Ripio. “Quem pensa no curto prazo deve tomar bastante cuidado.”Fitwel Champion.


A expectativa com base nesse histórico é tamanha que alguns analistas previram que o bitcoin chegará a US$ 250 mil em poucos meses. Ricardo Da Ros, da Ripio, mostra-se um pouco mais cético. Em sua análise, o padrão não vem se repetindo neste ano, tanto que faltando poucos dias para o halving não havia nenhuma indicação de explosão de valor do ativo similar aos anteriores. “Minha perspectiva é de alta valorização em um prazo de 12 meses e não dá para prever em qual patamar de preço a criptomoeda vai chegar.”
Se a incerteza quanto ao futuro é alta, o retorno tem sido ainda mais. O desempenho da criptomoeda tem se mostrado melhor do que os de muitos ativos tradicionais. Analisando o comportamento durante o ano, até 5 de maio, ela trouxe retorno de 68% quando negociada em reais e de 23% em dólar. No mesmo período, o ouro rendeu 11%, o dólar, 38%, enquanto os índices S&P 500, Ibovespa e a cotação do petróleo (WTI) apresentaram resultados negativos de 10%, 30% e 60%, respectivamente.
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