segunda-feira, 8 de abril de 2024

Proibição de mineração de Bitcoin proposta pelo Paraguai pode custar US$ 200 milhões por ano

 


A mineração de Bitcoin forneceu uma “contribuição positiva para a balança comercial do Paraguai”, e uma proibição poderia prejudicar a economia, argumenta o cofundador da Hashlabs Mining.

A economia paraguaia poderia perder mais de US$ 200 milhões anualmente se os legisladores do país aprovarem um projeto de lei recentemente introduzido para proibir a mineração de criptomoedas no país.

Legisladores apresentaram o projeto de lei em 4 de abril, alegando que minas ilegais de criptomoedas estão roubando energia e interrompendo o fornecimento de eletricidade do país. Se aprovada, a proibição duraria 180 dias ou até que novas leis sejam promulgadas e o operador da rede elétrica nacional possa garantir que pode fornecer energia suficiente.

Mas uma proibição sobre mineradores legais operando na região poderia ser custosa para o país sul-americano, de acordo com o cofundador da Hashlabs Mining e estrategista chefe de mineração, Jaran Mellerud, que recentemente falou com o Cointelegraph:

“Proibir a mineração de Bitcoin poderia custar ao Paraguai mais de US$ 200 milhões por ano, assumindo que o país tenha 500 megawatts de mineradores legais pagando US$ 0,05 por quilowatt-hora em despesas operacionais.”

Mercados deste tamanho não são comuns no Paraguai, que possui uma população relativamente pequena de 6,8 milhões de pessoas e o 94º maior produto interno bruto do mundo, de US$ 41,7 bilhões, segundo o Worldometer, citando dados de 2022.

A mineração de Bitcoin forneceu uma “contribuição positiva significativa para o balanço comercial do Paraguai” até este ponto, argumentou Mellerud.

As empresas de mineração de Bitcoin atualmente precisam se registrar e receber autorização do Ministério da Indústria e Comércio do Paraguai.

Se aprovado, o projeto de lei pode impactar um dos maiores players da indústria, a Marathon Digital Holdings, que começou a implantar 27 megawatts em torno da usina hidrelétrica de Itaipu em novembro passado.

Fonte: BowTiedMara

A Usina de Itaipu tornou-se um local popular para os mineradores se estabelecerem, pois fornece todas as necessidades de eletricidade locais do Paraguai e deixa uma grande quantidade de eletricidade excedente para ser aproveitada.

Esse excedente de eletricidade tem sido historicamente exportado para o Brasil a preços baixos. No entanto, Mellerud observou que uma onda de mineradores de Bitcoin entrou com preços ligeiramente mais altos nos últimos meses.

Mas os legisladores dizem que houve 50 casos de interrupção no fornecimento de energia ligados a mineradores de criptomoedas que se conectaram ilegalmente a essas fontes de eletricidade desde fevereiro.

A Administração Nacional de Eletricidade do país estima que cada operação de mineração de criptomoedas tenha causado danos e perdas de até US$ 94.900 e que as perdas totais anuais na área do Alto Paraná — onde está localizada a usina de Itaipu — possam ser de até US$ 60 milhões.

“Operações ilegais podem ser prejudiciais para a rede se consumirem muita eletricidade de linhas de baixa tensão,” reconheceu Mellerud.

Uma situação semelhante aconteceu no Cazaquistão alguns anos atrás, levando o governo cazaque a reprimir a indústria e expulsar operadores de mineração ilegais do país.

Mellerud disse anteriormente ao Cointelegraph que Paraguai e Argentina receberiam um influxo de mineradores com base nos Estados Unidos procurando expandir ou até migrar para as nações ricas em energia devido aos custos mais baixos de eletricidade.

Fonte: Luxor Technology

A controvérsia no Paraguai ocorre enquanto os mineradores de Bitcoin se preparam para o próximo evento de halving do Bitcoin esperado para acontecer em 20 de abril, que reduzirá as recompensas dos mineradores de 6.25 Bitcoin  (US$ 434.000) para 3.125 BTC (US$ 217.000).

Fonte: https://br.cointelegraph.com/news


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