terça-feira, 24 de outubro de 2017

Família investe tudo em bitcoins para viver em camping na Holanda

Eles venderam todas as propriedades, inclusive os brinquedos das três filhas, para investir todo o dinheiro na moeda virtual e viver uma vida minimalista

Haia – Uma família holandesa vendeu todas as suas propriedades, inclusive os brinquedos das três filhas, para investir todo o dinheiro na moeda virtual “bitcoin” e viver uma vida minimalista em um camping de Venlo, no sudeste da Holanda, enquanto observa seu capital aumentar.

“Apostamos nesta ideia com um duplo objetivo. O mais importante é levar uma vida simples, na qual nossa felicidade não dependa de coisas materiais. Enquanto isso, investimos o nosso dinheiro em ‘bitcoins’ e esperamos que se multiplique”, explicou à Agência Efe o pai desta família, Didi Taihuttu.
A primeira vez que Didi ouviu falar sobre esta moeda virtual foi em 2012, quando “não tinha nem ideia” do que era nem onde iria chegar esse sistema.
“Comecei a pesquisar e a me interessar por isso. Por curiosidade, comprei alguns ‘bitcoins’, os vendi e pronto. Não o fiz pensando que iria muito além”, afirmou.
O “bitcoin”, inventado por um japonês que usa o pseudônimo de Satoshi Nakamoto, é uma moeda criptografada criada a partir de um código de computador e que, quando foi lançada, em fevereiro de 2009, valia apenas alguns poucos centavos de dólar.
O valor dessa criptomoneda já supera os US$ 6.100, segundo os dados atualizados da página de câmbio de moedas digitais “Bitstamp”, com sede em Luxemburgo.
Nem Didi nem sua esposa, Romaine, imaginavam que os “bitcoins” seriam tão populares com o passar dos anos, portanto não deram maior importância ao assunto a princípio.
Após seu pai adoecer gravemente em 2015, Didi passou a dedicar mais tempo à sua família e deixou de lado seus negócio, seus interesses e inclusive sua curiosidade pela moeda digital e o dinheiro que tinha investido nesse novo sistema.
“Quando meu pai morreu, em janeiro de 2016, viajamos todos a Bali. Estava na praia, aproveitando um dia maravilhoso, quando um amigo me ligou e pediu para checar a aplicação dos ‘bitcoins’, pois eu teria uma surpresa”, lembrou.
Foi nesse momento que o holandês se deu conta de que as moedas digitais são “a revolução do sistema monetário” porque, ao verificar seu investimento após um ano e meio, o dinheiro que ele adquiriu e comercializou em 2013 “tinha ganhado vários zeros”.
Didi conversou com Romaine e disse estar “cansado” de trabalhar muitas horas afastado da família e de “como o apego a questões materiais tinha matado os seus sonhos” e que o mesmo poderia acontecer com suas filhas, de sete, dez e 12 anos.
Desde então, ele considerou que os “bitcoins” eram “a oportunidade perfeita” para uma mudança de vida e convenceu sua família a vender sua casa, sua empresa, três carros e uma moto na Holanda.
“Vendemos até as roupas que não usávamos, os brinquedos das meninas, todos os bens de luxo que tínhamos e investimos tudo em ‘bitcoins”, afirmou o pai de família.
As filhas não entenderam este projeto a princípio, pois saíram de uma casa com cinco quartos para viver em um bangalô de 50 metros quadrados em um camping de Venlo.
“Depois entenderam. Agora estão contentes. Gostam de dormir juntas e estão felizes com a nossa nova vida”, contou Didi.
Segundo o instituto holandês de pesquisas Kantar TNS, cerca de 135 mil famílias do país possuem moedas cifradas atualmente, o dobro em relação ao ano passado.
Muitas pessoas investem uma pequena quantia: 43% dos lares não gastaram mais de 100 euros e mais da metade obteve “lucros modestos” do seu investimento.
“Estamos cientes de que isto é uma aposta e podemos perder tudo. Seria um desastre porque investimos tudo, mas sempre poderemos voltar à rotina de ter um salário e trabalhar”, explicou Didi.
O especialista em criptografia Kijn Soeteman se mostrou surpreso com a decisão da família e afirmou à rede de rádio e televisão pública “NOS” que “ainda há muitos obstáculos técnicos que podem causar fortes oscilações” nesta moeda digital.
O sistema, global e descentralizado, permite transações diretas entre usuários, sem intermediários, que ficam registradas em uma base de dados públicos.
Didi, que relata seu dia a dia na página http://www.yolofamilytravel.com, se considera “um exemplo para outras pessoas que querem buscar liberdade” e mostra sua confiança nos “bitcoins” como a moeda do futuro.
“Mesmo que sejamos milionários, continuaremos vivendo uma vida simples. A Holanda é um país muito caro, então o nosso plano é ir para outro lugar, como a Espanha, o país dos nossos sonhos. Ali sobreviveremos graças ao comércio de ‘bitcoins'”, concluiu Didi.
Fonte: exame.abril.com.br

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Com Bitcoin a US$ 6.000, Satoshi Nakamoto Deveria Estar na Lista da Forbes

O pico recente do Bitcoin acima dos US$ 6.000 elevou o valor estimado de dinheiro de Satoshi Nakamoto para mais de US$ 6 bilhões, qualificando o criador anônimo do bitcoin para a lista de pessoas mais ricas da Forbes.

6 Bilhões de Dólares

O valor dos estimados 1.000.000 bitcoins de Satoshi Nakamoto colocaria o criador anônimo na lista de pessoas mais ricas da Forbes.
Com base no valor estimado de bitcoins de Satoshi, que no momento é de aproximadamente US $ 6 bilhões, Nakamoto seria classificada no número 237 na lista da Forbes.
É estimado que Satoshi possua cerca de 5,89% de todos os bitcoins (há mais de de 16,6 milhões de bitcoins atualmente em circulação).
A maior endereço de bitcoin é do armazenamento frio (cold storage) da Bitfinex, que atualmente detém mais de 168.000 bitcoins, ou 1% da oferta total. A maior carteira de bitcoin era anteriormente detida pelo governo dos EUA, depois que o FBI apreendeu 144.336 bitcoins do Silk Road.
Com preços acima de US $ 6000 USD, a capitalização de mercado total do Bitcoin superou US $ 100 bilhões de valor de mercado. Se o bitcoin fosse uma empresa, seria a 73º maior por valor de mercado.
Fonte: portaldobitcoin.com

domingo, 22 de outubro de 2017

Guia do bitcoin: como conseguir e negociar moedas virtuais


As criptomoedas são um sistema de troca de valores que funcionam totalmente independentes do mundo físico

De janeiro até agora, a cotação dos bitcoins subiu 487,35%, contra 26,52% do Ibovespa, 10,69% do ouro e uma queda de 2,52% do dólar. Guia abaixo explica como funciona esse investimento de altíssimo risco:

O que é
As criptomoedas são um sistema de troca de valores que funcionam totalmente independentes do mundo físico. É como o dinheiro do mundo real, usado para comprar produtos ou serviços, mas com transações apenas no mundo virtual. Entre as facilidades prometidas estão a rapidez do processo, a inexistência de burocracia e a confiabilidade.
Diferentemente das moedas tradicionais, as criptomoedas não precisam de um órgão que faça sua emissão – como a Casa da Moeda – nem quem defina suas regras – caso do Banco Central. Todo o controle para evitar falsificações e regular as transações se baseia em seu sistema sistema tecnológico. Todas as transações são checadas por todos os computadores envolvidos no processo.
    • Como funciona


(Arte/VEJA)
Apesar do termo moeda, o bitcoin é mais parecido com a ação de uma empresa do que com o dinheiro em si. Não existem arquivos de  bitcoin em nenhum computador, como aqueles de imagem ou texto. O que existe é um grande registro público, na internet, onde são gravadas todas as transações com a moeda virtual. Assim, quem acessa o sistema sabe quanto há em cada conta.
Por exemplo, suponha que “x” tinha 1000 bitcoins e “y” tinha 0. Se “x” transferir 500 bitcoins para “y”, essa transação será registrada. Desse modo, qualquer um que consultar o documento saberá que ambos agora têm 500 bitcoins cada.
Para evitar fraudes, as transações são verificadas pelos computadores de todos os participantes. É como se cada pessoa que fizesse parte da rede fosse uma espécie de cartório, fazendo o “reconhecimento de firma” da transação.
Os negócios só são validados se receberem o “ok” de uma parte dos usuários, e uma cópia fica registrada no computador de cada um. Para que houvesse uma fraude, seria preciso hackear os registros de todos os participantes, ao mesmo tempo. “Até hoje, ninguém fez isso”, diz o diretor de pesquisa e inovação do Bradesco, Antranik Haroutiounian.
Essa tecnologia, conhecida como “blockchain”, é estudada por instituições financeiras tradicionais, como bancos e corretoras. A vantagem dessa tecnologia é que é um registro compartilhado altamente confiável. Poderia ser usado, por exemplo, em uma rede fechada só com bancos, para registrar atividades suspeitas, de modo que a identificação da máquina seja vista por todos.
No caso do Bradesco, a instituição faz testes para ver quais dos seus serviços têm desempenho melhor usando esse tipo de sistema. “Nos próximos meses, teremos alguns serviços com blockchain implementados no Brasil”, estima Haroutiounian.

Como se consegue um

Há duas formas de se obter um bitcoin: recebê-lo através de uma transação ou descobri-lo – processo chamado de mineração. A tecnologia do sistema prevê a existência de 21 milhões, sendo que 16,6 milhões estão em circulação. As demais ainda precisam ser descobertas.
Para que o sistema registre que alguém “descobriu” um bitcoin é preciso resolver operações matemáticas altamente complexas, o que exige um alto poder de computação. Chegar nesse número é complicado mas, uma vez que ele é informado, o processo reverso de verificação é mais simples.
Assim, se alguém “chutou” o número correto, as máquinas dos participantes checam o resultado e todos concordam que aquela pessoa ganhou um bitcoin. Com o passar do tempo, como os números mais fáceis já foram “chutados”, os mais difíceis requerem cálculos mais sofisticados.

Negociações

As transações são feitas através de softwares que acessam o sistema. Existem diversos fornecedores, e também sistemas on-line. Casa usuário tem um número de registro único, anônimo, que o identifica na rede e é conhecido como “carteira” (wallet). Ele pode ficar armazenado no computador, pen-drives ou dispositivos especiais.
Esse registro funciona como uma senha, mas ele é tão difícil de ser quebrado que, caso se perca o acesso, não é possível mais movimentar os recursos. Mesmo porque não há uma entidade a quem recorrer, que faça a verificação de que a carteira perdida pertence realmente àquela pessoa. “Se perder, ninguém pode ajudar, mesmo que o dinheiro seja seu”, explica o diretor de pesquisa e inovação do Bradesco, Antranik Haroutiounian.

Transformando em dinheiro

A conversão de bitcoins em dinheiro é feita por empresas chamadas de corretoras. Os clientes que desejam comprar moedas fazem o depósito de dinheiro e recebem o crédito equivalente. Podem então negociar seus bitcoins. Para a venda, o processo é o inverso.
Como não existe regulador, a cotação do bitcoin em cada moeda – ou de suas subdivisões – é definida pela oferta e procura, e as empresas que fazem negociações estimam valores de referência. Um desses índices é divulgado pela Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), desde 2015, que se baseia nas transações informadas pela corretora americana Coinbase. Na última terça-feira, o valor era de cerca de 4.800 dólares (cerca de 15.250 reais).

Risco

Por não ter nenhum tipo de lastro além da oferta e da procura – o valor das moedas nacionais é garantido por ouro, por exemplo – o bitcoin é sujeito a violentas oscilações.
A cotação é influenciada pelo noticiário. Em setembro, por exemplo, o tuíte de uma das maiores corretoras da China – a BTC China – anunciando que não faria mais negociações com a moeda fez com que os preços desabassem quase 13% em apenas um dia.
Desde o começo deste ano, a cotação da moeda virtual subiu 487,35%, enquanto o Ibovespa teve alta de 26,52%,o ouro de 10,69% e o dólar caiu 2,52%. “É importante lembrar que é um ativo de alto risco”, diz Guto Schiavon, diretor de operações da corretora brasileira Foxbit. A empresa registra cerca de 150.000 clientes, e faz negociações diárias de entre 6 milhões de reais e 10 milhões de reais.
Segundo ele, o principal objetivo da corretora é permitir que as pessoas realizem transações, fazendo as conversões para dinheiro tão logo possível, em vez de manter recursos aplicados por longos períodos. “Não somos um banco”, afirma.
Com a forte oscilação, há quem acredite que a valorização seja uma bolha, com o risco de estourar a qualquer momento. Para o CEO da corretora Mercado Bitcoin, Rodrigo Batista, a variação ocorre por causa da novidade. “É difícil avaliar o quanto vale, assim como era difícil avaliar o Facebook quando surgiu. Era avaliado como empresa de mídia? De tecnologia? comunicação?”, questiona. A corretora tem cerca de 520.000 clientes, e estima que vai movimentar 2 bilhões de reais em 2017, somando as três criptomoedas que negocia.

Legislação

Como não é regulado por governos, o bitcoin desperta questionamentos em relação a sua legalidade. Por permitir transações anônimas – não é necessário se identificar para criar uma carteira -, a criptomoeda é usada por criminosos em transações de armas, entorpecentes, e de material ligado à pedofilia, o que aumenta a desconfiança.
No Brasil, não há nenhuma proibição legal para operar com bitcoins. “O princípio da livre iniciativa determina que se pode fazer tudo aquilo que não é proibido por lei”, explica a advogada especialista em direito digital, Patricia Peck.
O Banco Central brasileiro emitiu um comunicado, em 2014, alertando sobre os riscos de garantia e flutuação das criptomoedas, mas não estabeleceu uma regulamentação. A instituição diz que, apesar de a movimentação não representar risco ao sistema financeiro nacional, avalia as discussões sobre o caso “para fins de adoção de eventuais medidas no âmbito de sua competência legal, se for o caso”.
A advogada acredita que é possível que as próprias empresas criem regras, para melhorar o sistema, e as autoridades devem começar a intervir se a moeda ganhar mais volume . “Se tiver serviços ou produtos mais essenciais negociados em bitcoins, com toda certeza pode gerar uma necessidade de regulação, por causa do efeito inflacionário”, diz.
Outra preocupação das autoridades, em relação ao anonimato, acontece porque não há registro pessoal das transações, o que dificulta a fiscalização de casos como lavagem de dinheiro.
Em relação às transações feitas com a moeda, Patrícia diz que se forem realizadas entre duas pessoas, a norma aplicada é o Código Civil. Se envolver uma empresa, vale o Código de Defesa do Consumidor.
“Somos uma empresa de  intermediação de ativos não-financeiros. Os sócios são registrados na empresa, não é tão ‘jogado’ como muita gente imagina”, diz o diretor de operações da corretora Foxbit, Guto Schiavon.
Fonte: http://veja.abril.com.br

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Bitcoin se Aproxima de US$ 10 Mil no Zimbábue

De acordo com o TheNational.ae, a adoção do bitcoin no Zimbábue está em alta à medida que a situação econômica do país fica sombria. Tanto é, que um bitcoin está negociando a quase US$ 10.000 na exchange Golix.io, enquanto a média global é de US$ 5.642,00 no momento.
De acordo com um invstidor local, o bitcoin não está apenas sendo comprado por indivíduos, mas por empresas com contas a pagar. O país adotou o dólar americano em 2009 como sua moeda fiduciária, já que o dólar zimbabuense havia perdido quase todo seu valor.
No momento de imprensa, no LocalBitcoins Zimbabwe tem pessoas comprando bitcoin na média global, e alguns comprando a criptomoeda por mais de US$ 10.000 na capital do país. O Bitcoin, como esperaria qualquer fã da moeda, está ajudando as pessoas no país a sobreviver em tempos de incerteza econômica, já que o Zimbábue está envolvido em uma crise há anos.
Fonte: portaldobitcoin.com

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Bolsas de bitcoin ganham espaço de forma acelerada no Brasil

Empresas têm contratado pessoal, educado investidores e desafiado os gigantes do setor financeiro

ascensão das criptomoedas — grupo representado mais expressivamente pelo bitcoin — já impulsiona a criação de novos negócios em torno do dinheiro virtual. Empresas especializadas na intermediação de compra e venda de moeda eletrônica, conhecidas como bolsas de bitcoin, têm contratado pessoal, educado investidores e desafiado os gigantes do setor financeiro no Brasil. Representantes dessas startups discutiram o tema nesta quinta-feira (19/10), durante o evento Blockchain View 2017, em São Paulo.
"Vemos no mercado nacional um crescimento muito grande. Antes com o bitcoin, mas agora com outras moedas também", diz Rocelo Lopes, CEO da CoinBR. Segundo ele, a maioria de seus clientes (60%) compra criptomoedas para guardar, o que mostra que as estão usando como uma forma de investimento.
O empreendedor enxerga um futuro em que as pessoas irão ao mercado e, nas prateleiras, haverá o preço em real e em criptomoeda. Até lá, no entanto, há um longo caminho. Lopes diz que, por enquanto, passa boa parte do tempo apenas tirando dúvidas de interessados no assunto. "Antes de ter larga escala, as pessoas tem de conhecer."
Rodrigo Batista, CEO do Mercado Bitcoin, também é otimista. Ele vê, eventualmente, um ecossistema de bilhões de pessoas. "O mercado cresceu de forma absurda e se profissionalizou muito." Ele começou o ano com oito funcionários e agora está com 47. Para Batista, o grande salto do bitcoin vai acontecer quando pudermos parar de explicar o que é a moeda digital. "Minha mãe vai usar moeda digital sem nem pensar que aquilo é uma moeda digital"
João Canhada, CEO da Foxbit, diz que, de dez funcionários no começo do ano, a empresa já está com 40 — e deve contratar mais 20 até o fim de 2017. "O mercado está crescendo", afirma. "E, diferentemente do que muitos pensam, bitcoin não é terra de ninguém. Existe preocupação, compliance e assessoria jurídica." Ele também destacou a importância de explicar o que são as criptomoedas. "Ainda existe dificuldade de entender o feijão com arroz. Tem um trabalho educacional muito forte que ainda tem de ser feito."
Por sua vez, Thiago Horta, fundador da Bitcointoyou, foi de ter dois funcionários para 20. "A necessidade de braços foi inevitável, o que é muito bom. Estamos muito felizes com o mercado." Agora, ele tenta se aproximar de instituições governamentais, para buscar maior segurança na atuação da empresa. Ele também diz acreditar que a alta no valor bitcoin continuará em curso.
Briga eterna
Os bancos ainda são uma pedra no sapato desses empreendedores — e o inverso é verdade, segundo eles. Rocelo Lopes, da CoinBR, descreveu como uma "briga eterna". As instituições financeiras tradicionais, os empreendedores relatam, fecham a conta das bolsas nos bancos, recusando-se a se relacionar com eles. Segundo Rodrigo Batista, do Mercado Bitcoin, os bancos alegam desinteresse no negócio. Thiago Horta, da Bitcointoyou, diz esperar por um futuro em que os bancos mudem de ideiam e sejam parceiros das bolsas.
Fonte: http://epocanegocios.globo.com

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Bitcoin Gold e Bitcoin 2X: o que são, o que fazer, como acessar e proteger seus fundos?

A maioria dos usuários de Bitcoin (COIN:BTCUSD) não acompanha diariamente o que acontece neste super dinâmico ecossistema. Em realidade, muitas pessoas que compram Bitcoins sequer olham a cotação diariamente para saber como a moeda digital está performando. Pior ainda: muita gente compra Bitcoin, o deixa na corretora (exchange) e acredita que seus fundos estarão seguros.
Este artigo é para os usuários iniciantes e também para aqueles que estão pensando em entrar neste mundo logo antes dos próximos hard forks, porque alguém lhes disse que eles poderão ganhar mais dinheiro devido a esses eventos funcionarem como uma espécie de pagamento de dividendos aos detentores de Bitcoin. Isso pode ser verdade, desde que você tome as medidas necessárias. Mas tenha em mente que os riscos envolvidos são bastante grandes e saiba como identificá-los e mitigá-los.

Afinal, o que é um hard fork?

A tradução literal de hard fork para o português é “garfo duro”. Obviamente, isso não nos diz nada. No universo das criptomoedas, um hard fork significa uma divisão na rede de uma moeda digital. Pense em uma estrada que bifurca lá na frente. O tronco principal (o histórico de transações daquela rede) é o mesmo para as duas estradas que seguirão caminhos diferentes no determinado ponto da bifurcação. Portanto, toda vez que você ler o termo “hard fork ou HF” pense imediatamente na letra Y.
No dia 1º de agosto de 2017, o Bitcoin passou por um hard fork. Figurativamente, naquela oportunidade, o Bitcoin original (que aqui sempre chamaremos de BTC) seguiu o caminho da esquerda, enquanto que o Bitcoin Cash (COIN:BCHUSD), uma nova criptomoeda gerada a partir desta bifurcação, seguiu o caminho da direita.
Um hard fork geralmente ocorre porque existe divergência de opinião e/ou visão sobre o futuro da criptomoeda dentro da comunidade. Digamos, se 80% querem o azul e 20% querem o vermelho, nada mais justo deixar esta minoria seguir seu próprio caminho. E foi exatamente o que aconteceu com o hard fork do BCH. Eles queriam uma rede que teoricamente fosse capaz de performar mais transações por segundo e realizaram o hard fork.
Quando um hard fork acontece, aqueles que possuem fundos na moeda digital original ganham direito a mesma quantidade de moedas na outra rede.
Por isso, quem tinha Bitcoin antes de 1º de agosto, também ganhou o mesmo montante deBitcoin Cash depois que a rede bifurcou. O BCH chegou a valer US$700 por unidade. E é justamente porque as pessoas acreditam que as moedas bifurcadas a partir do Bitcoin terão algum valor, que você deve estar atento para resgatá-las e traçar a sua estratégia, seja guardando-as acreditando em uma valorização futura, seja vendendo-as por mais Bitcoin, caso acredite que elas não terão valor futuro e que o Bitcoin continuará reinando.
Trataremos abaixo, em detalhes, como os hard forks acontecerão e como você poderá acessar suas moedas.

Quais serão os próximos hard forks do Bitcoin?

Bitcoin Gold (BTG) e o Bitcoin SegWit2X (B2X) serão as próximas bifurcações da rede do Bitcoin. O BTG (como já explicamos neste post aqui) está previsto para ocorrer no dia 25 de outubro, enquanto que o B2X (tratamos dele em outro post) deve acontecer em algum dia da terceira semana de novembro (ainda não é possível saber a data precisa).
O BTG se auto-intitula como um hard fork amigável ao BTC. Isso porque, ele não pretende ocupar o lugar do BTC e ser a rede principal.
Fundamentalmente, o BTG aplicará uma mudança na forma como a nova moeda será minerada. Ao invés de utilizar computadores super especializados (ASICs) para realizar a verificação e validação das transações (processo de mineração), a nova criptomoeda BTG permitirá a mineração a partir de GPUs e CPUs, ou seja, computadores normais, como o seu notebook ou desktop. O objetivo desta alteração é descentralizar a mineração da moeda digital. A crítica dos desenvolvedores do BTG em relação o BTC é que a mineração de Bitcoin atualmente está concentrada em poucas empresas, sendo a maioria delas presente na China.
O caso do B2X é mais complexo. Os desenvolvedores do SegWit2X, como é denominado este hard fork, o consideram uma atualização do Bitcoin, ou seja, eles não querem ver o surgimento do B2X como uma nova criptomoeda. Eles pretendem implementar as mudanças propostas pelo SegWit2X no Bitcoin e querem que todos as aceitem. Em outras palavras, seria como se houvesse um monte de carros na estrada que vai bifurcar e todos seguissem o mesmo caminho da direita e deixassem o caminho da esquerda vazio. Contudo, os proponentes do SegWit2X não possuem nem de longe esta unanimidade e, muito provavelmente, veremos, sim, o surgimento de uma nova moeda.
A proposta do SegWit2X é parecida com a do Bitcoin Cash. Eles querem que a rede do Bitcoinseja capaz de performar mais transações por segundo. A diferença para o BCH é que o grupo do 2X manterá uma atualização na rede do Bitcoin que foi ativada em meados de agosto que é conhecida por SegWit (Segregated Witness, em inglês — Testemunha Segregada, em tradução livre).
O SegWit é uma medida que aumenta marginalmente a capacidade de transações da rede do Bitcoin. Contudo, ela é vista como insuficiente pelos desenvolvedores do B2X, que propõem também um aumento direto no tamanho dos blocos de transação do Bitcoin.
Analogamente, o 2X quer duplicar as faixas da estrada para permitir que mais carros transitem e acha coerente manter também o SegWit, que pode ser encarado como uma espécie de acostamento da estrada que poderia servir como válvula de escape em caso de engarrafamento.
Seguindo a analogia, teríamos:
Bitcoin (BTC): uma estrada de uma faixa com acostamento (SegWit) e asfalto (“mineração”) provido por poucas empresas.
Bitcoin Cash (BCH): uma estrada de oito faixas sem acostamento e asfalto provido por pouquíssimas empresas.
Bitcoin Gold (BTG): uma estrada de uma faixa com acostamento, porém o asfalto é provido pelos próprios usuários.
Bitcoin SegWit2X (B2X): uma estrada de duas faixas, podendo chegar a até oito faixas, com acostamento e asfalto provido por poucas empresas

Preparando-se

Como dissemos, se você tiver Bitcoin antes de qualquer hard fork na rede, você terá direito a mesma quantidade de fundos na rede insurgente. Ou seja, se você tiver 1 BTC, ganhará também 1 BTG quando ocorrer o fork do Bitcoin Gold, e 1 B2X quando houver este fork. O raciocínio também se aplica para quaisquer frações de Bitcoin, como 0,01 BTC etc.
Entretanto, você precisa estar atento a algumas questões primordiais para ter acesso a essas novas moedas. A regra básica é: esteja sob posse de suas chaves privadas (private keys, no termo em inglês). A chave privada é uma sequência alfanumérica que te dá o efetivo acesso aos seus Bitcoins.
Por isso, caso você deixe seus Bitcoins em alguma corretora, como a Foxbit, Mercado Bitcoin, Bitcointoyou, CoinBR, ou qualquer outra corretora brasileira ou internacional, tenha em mente que você ficará à mercê da agilidade e honestidade dessas empresas para que você tenha acesso ou não às novas moedas. Isso porque, ao deixar os fundos nas corretoras, você não tem acesso às chaves privadas.
Aqui vale contar o caso do Bitcoin Cash. Este fork ocorreu no primeiro dia de agosto. Contudo, os clientes da Foxbit, por exemplo, ainda estão recebendo as moedas referentes a este fork. O Mercado Bitcoin e a CoinBR já creditaram os Bitcoin Cash aos seus clientes, que puderam optar por vendê-los ou não. Portanto, verifique com a sua corretora qual será o procedimento deles para os próximos hard forks.
Lembre-se: se você não detém as suas chaves privadas, se estas ficam sob custódia da corretora, é o mesmo que dizer que você não detém os seus Bitcoins. Uma das grandes inovações proporcionadas pelo Bitcoin é permitir a auto-custódia do seu dinheiro. Não deixe isso a cargo de outras empresas. Pesquise a fundo como armazenar seus Bitcoins e faça você mesmo a custódia de seus ativos digitais.
De qualquer forma, se você quiser ter a certeza de que irá acessar suas novas moedas, é mais recomendável armazenar os seus bitcoins em alguma carteira cuja qual você tenha acesso às chaves privadas, como a Electrum ou Green Address. Porém, vale ressaltar, que existem várias outras formas de você armazenar o seu Bitcoin com mais segurança, como a utilização de uma carteira-dispositivo (hardware wallet) ou até mesmo uma carteira em papel (paper wallet).

Riscos e resgate das moedas

grande problema dos hard forks é que eles são repletos de riscos e muitas vezes podem ser bastante confusos. Se você não tomar cuidado, você pode perder seu BTC, B2X, BTG… Portanto, não detenha fundos em Bitcoin que você não possa perder. Se você é bastante avesso ao risco, talvez seja o caso de você avaliar se é melhor vender seus Bitcoins e aguardar passar os hard forks.
Especialmente no caso do hard fork do SegWit2X, existe uma espécie de guerra civil virtual acontecendo no momento e a tendência é que ela se intensifique até a data da bifurcação.
Enquanto a Bitfinex, por exemplo, que é a maior corretora de Bitcoin do mundo em termos de volume financeiro, já anunciou que irá tratar o SegWit2X como B2X e o Bitcoin original seguirá sendo BTC, existem provedores de serviço importantes, como a Xapo, que afirmaram que passarão a chamar a rede que surgirá do 2X como BTC. Ou seja, na Bitfinex teremos o Bitcoin como BTC e na Xapo teremos o 2X como BTC. Isso poderá causar muita confusão entre os usuários.
É importante que você não faça transações logo após o hard fork do 2X. Avalie a situação e busque informações sobre como as carteiras, corretoras e outros provedores de serviço estão chamando cada moeda para que você não faça uma transação de B2X achando se tratar de BTC ou vice-versa.
Se você decidir manter seus Bitcoins, tenha certeza de estar preparado com as suas chaves privadas sob custódia antes de 25 de outubro, que é quando ocorrerá a divisão que culminará no surgimento do Bitcoin Gold. Esta nova moeda não será distribuída imediatamente. Os desenvolvedores dela deverão fazer isso na primeira semana de novembro (ainda não tem uma data precisa).
Como o Bitcoin Gold aparentemente irá oferecer um forte esquema de proteção contra ataques de repetição (explico o que é isso neste post aqui), logo após o dia 25 de outubro você poderá performar transações a partir de sua carteira de Bitcoin (BTC) sem problemas. Isso porque, devido ao esquema de proteção, ao fazer uma transação com BTC, os seus BTG não serão movidos.
Assim que os BTG forem distribuídos e algum provedor de carteira de BTG oferecer o serviço, você poderá acessá-los simplesmente utilizando as chaves privadas do endereço que havia Bitcoin antes de 25 de outubro. Portanto, se você for gastar seus Bitcoins depois de 25 de outubro, fique atento para saber exatamente qual endereço e chave privada usar na hora de resgatar o seu BTG. Você só poderá resgatar BTG a partir de endereços de Bitcoin que possuíam fundos antes do hard fork. Anote seus endereços e chaves privadas, caso precise mover os seus BTC.
No caso do 2X, a história novamente é mais complicada. Como os desenvolvedores deste hard fork dizem que não irão prover um forte esquema de proteção contra ataque de repetição, a recomendação é que você não mova nenhum fundo até ter a certeza de como fazer a divisão de suas moedas. O grande risco aqui é você performar uma transação de Bitcoin e ao mesmo tempo perder seus B2X, ou vice-versa.
Eu provavelmente irei escrever um post detalhado sobre como fazer a divisão das moedas quando tivermos mais clareza dos procedimentos a serem tomados.
Recapitulando:
1) Mantenha sob seu controle as chaves privadas dos seus Bitcoins antes de 25 de outubro para ter acesso ao Bitcoin Gold e antes de meados de novembro, quando ocorrerá o SegWit2X.
2) Não faça nenhuma transação logo após o hard fork do SegWit2X, pois você poderá correr o risco do ataque de repetição. Verifique em fontes confiáveis o estado da rede e o que fazer. Apenas resgate seus B2X quando tiver absoluta clareza de como fazer de forma segura a divisão das moedas (coin split, em inglês) e quando houver um provedor de carteira confiável.
3) Para resgatar seus Bitcoin Gold, você precisará acessar uma carteira que dê suporte ao BTG (cuidado com carteiras potencialmente fraudulentas) e inserir a chave privada referente ao seu endereço de BTC. Você poderá fazer isso assim que os BTG forem distribuídos.
Fonte: http://br.advfn.com