quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Bolsas de bitcoin ganham espaço de forma acelerada no Brasil

Empresas têm contratado pessoal, educado investidores e desafiado os gigantes do setor financeiro

ascensão das criptomoedas — grupo representado mais expressivamente pelo bitcoin — já impulsiona a criação de novos negócios em torno do dinheiro virtual. Empresas especializadas na intermediação de compra e venda de moeda eletrônica, conhecidas como bolsas de bitcoin, têm contratado pessoal, educado investidores e desafiado os gigantes do setor financeiro no Brasil. Representantes dessas startups discutiram o tema nesta quinta-feira (19/10), durante o evento Blockchain View 2017, em São Paulo.
"Vemos no mercado nacional um crescimento muito grande. Antes com o bitcoin, mas agora com outras moedas também", diz Rocelo Lopes, CEO da CoinBR. Segundo ele, a maioria de seus clientes (60%) compra criptomoedas para guardar, o que mostra que as estão usando como uma forma de investimento.
O empreendedor enxerga um futuro em que as pessoas irão ao mercado e, nas prateleiras, haverá o preço em real e em criptomoeda. Até lá, no entanto, há um longo caminho. Lopes diz que, por enquanto, passa boa parte do tempo apenas tirando dúvidas de interessados no assunto. "Antes de ter larga escala, as pessoas tem de conhecer."
Rodrigo Batista, CEO do Mercado Bitcoin, também é otimista. Ele vê, eventualmente, um ecossistema de bilhões de pessoas. "O mercado cresceu de forma absurda e se profissionalizou muito." Ele começou o ano com oito funcionários e agora está com 47. Para Batista, o grande salto do bitcoin vai acontecer quando pudermos parar de explicar o que é a moeda digital. "Minha mãe vai usar moeda digital sem nem pensar que aquilo é uma moeda digital"
João Canhada, CEO da Foxbit, diz que, de dez funcionários no começo do ano, a empresa já está com 40 — e deve contratar mais 20 até o fim de 2017. "O mercado está crescendo", afirma. "E, diferentemente do que muitos pensam, bitcoin não é terra de ninguém. Existe preocupação, compliance e assessoria jurídica." Ele também destacou a importância de explicar o que são as criptomoedas. "Ainda existe dificuldade de entender o feijão com arroz. Tem um trabalho educacional muito forte que ainda tem de ser feito."
Por sua vez, Thiago Horta, fundador da Bitcointoyou, foi de ter dois funcionários para 20. "A necessidade de braços foi inevitável, o que é muito bom. Estamos muito felizes com o mercado." Agora, ele tenta se aproximar de instituições governamentais, para buscar maior segurança na atuação da empresa. Ele também diz acreditar que a alta no valor bitcoin continuará em curso.
Briga eterna
Os bancos ainda são uma pedra no sapato desses empreendedores — e o inverso é verdade, segundo eles. Rocelo Lopes, da CoinBR, descreveu como uma "briga eterna". As instituições financeiras tradicionais, os empreendedores relatam, fecham a conta das bolsas nos bancos, recusando-se a se relacionar com eles. Segundo Rodrigo Batista, do Mercado Bitcoin, os bancos alegam desinteresse no negócio. Thiago Horta, da Bitcointoyou, diz esperar por um futuro em que os bancos mudem de ideiam e sejam parceiros das bolsas.
Fonte: http://epocanegocios.globo.com

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