sábado, 23 de dezembro de 2017

Alemanha Junta-se à Europa para Regulamentar o Bitcoin



A Alemanha se juntou ao empenho europeu de regulamentar o bitcoin por preocupação com seu uso para lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e financiamento de terroristas.
O Ministério das Finanças da Alemanha saudou a proposta do ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, de pedir ao G20 que considere a regulamentação conjunta do bitcoin. O governo italiano compartilha essas preocupações e está aberto à regulamentação, enquanto a União Européia apoia as regras de bitcoin que o Reino Unido quer.

Alemanha cita Riscos Especulativos

O Ministério das Finanças da Alemanha disse que faz sentido considerar os riscos especulativos das moedas virtuais e seus efeitos no sistema financeiro internacional.
O ministério disse que a próxima reunião dos ministros das finanças do G20 e dos chefes dos bancos centrais seria um momento oportuno para discutir a questão.

Contratos Futuros de Bitcoin trazem preocupações

A preocupação aumentou na Europa como resultado da negociação de contratos futuros de bitcoin que foi lançado recentemente pelo CME Group e pela Cboe. Apesar de não ter sido na Europa, é apenas questão de tempo até chegar lá.
A Alemanha é a maior economia da Europa, e o Ministério das Finanças monitora atentamente os desenvolvimentos do mercado financeiro, informou o ministério, incluindo os desenvolvimentos atuais. Em uma entrevista de fim de semana na televisão LCI da França, Le Maire trouxe as preocupaçõesa público, que já foram expressadas anteriormente, já que o bitcoin avançou agora faz parte no mainstream financeiro.
Ele disse que não gosta do bitcoin porque facilita o terrorismo e a lavagem de dinheiro. Ele também está preocupado com o fato de ser um risco especulativo para as pessoas que estão tentando economizar dinheiro.

Legisladores querem fortalecer as regras anti-lavagem de dinheiro

Os parlamentares e representantes da União Europeia aprovaram na sexta-feira a necessidade de revisar as regras anti-lavagem de dinheiro do bloco econômico, ampliando o quadro para incluir as empresas que supervisionam e transferem moedas virtuais, de acordo com a Comissão Européia. As empresas terão que identificar seus clientes e reportar atividades suspeitas.
Stephen Barclay, o secretário econômico do Tesouro britânico, disse aos legisladores em novembro que novas regras somariam plataformas virtuais de troca de moeda e fornecedores de carteiras para a regulamentação contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo. O governo do Reino Unido disse que as moedas digitais podem facilitar o cibercrime. O Tesouro observou ainda que há poucas evidências que as moedas digitais são usadas para lavagem de dinheiro, mas essa atividade deverá aumentar. Por isso, os regulamentos propostos seriam úteis.
Fonte: portaldobitcoin.com

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Bitcoin fez estudante do ES gastar R$ 12 que renderam mais de R$ 60 mil

Moeda não é regulamentada pelo Banco Central e especialistas alertam para o ‘alto risco’ do investimento. Valor de cada Bitcoin é definido através da demanda

Moeda ilustrativa de bitcoin, em meio a notas de dólar. (Foto: Dado Ruvic/Reuters)

Em um período de seis anos, o estudante de direito Roger Pavan, de 26 anos, transformou cerca de R$ 12 em mais de R$ 60 mil. O lucro não foi fruto de muito esforço, mas sim de uma verdadeira aposta: a compra de uma unidade da moeda virtual bitcoin, um investimento considerado de alto risco por especialistas da área atualmente.
O bitcoin foi criado em 2008. Ao contrário de outras moedas, como o dólar ou o real, não é emitido pelo Banco Central de um país. O responsável por sua "criação" é um complexo programa de computador.
Por meio de espécies de casa de câmbio na internet, os investidores criam uma carteira virtual e usam dinheiro real para comprar bitcoins. A moeda ganha ou perde valor de acordo com a demanda, de uma forma similar a uma ação vendida na bolsa de valores. E, de 2008 para cá, a procura por bitcoins cresceu, elevando o valor da moeda.

Investidores capixabas

Só neste ano, a moeda virtual subiu cerca de 900%. Quem investiu no início, conseguiu multiplicar seu capital, como é o caso de Roger Pavan, que comprou a primeira moeda em 2011, por aproximadamente R$ 12. Nesta quarta-feira (20), a unidade do bitcoin valia mais de R$ 60 mil.
Ele explica que, na época, foi atraído pelo fato de a moeda não estar vinculada à nenhuma entidade e, por isso, não ter um controle das transações ou tarifação. Sem um banco por trás disso tudo, o elemento que garante a legitimidade da transação é um algoritmo matemático.
“Achei interessante a proposta de uma moeda digital totalmente descentralizada, sem influência de qualquer entidade. Não tem um controle fixo, ninguém pode bloquear”, disse.
O estudante de direito é um dos milhares de capixabas que viram no bitcoin uma forma de aplicar dinheiro.De acordo com uma das maiores empresas do Brasil de intermediação entre investidores de bitcoin, cerca de 7.500 pessoas de Vitória e Vila Velha investem em bitcoins.
Outro capixaba, que não quis ter o nome revelado, tem 24 anos, trabalha como engenheiro de software, e conta que investir em bitcoin tem o ajudado a construir uma “pequena fortuna”.
Seu primeiro contato com a moeda aconteceu por volta de 2011, quando um cliente canadense ofereceu pagamento em bitcoins pelo serviço de computação que havia contratado. Hoje, aos risos, ele conta que foi o melhor negócio que já fez.
“Eu não sabia como receber o dinheiro, e ele ofereceu um pagamento em bitcoins e eu disse ‘ah, não tem como receber, me paga com isso aí mesmo’. Eu nem sabia o que era aquilo direito. Achei que não ia dar em nada. Só que não.”, brincou o jovem.
Na época, ele recebeu 10 bitcoins. De lá para cá, usou uma parte para comprar produtos pela internet. Outra quantia foi investida na compra de outras moedas virtuais. Com a valorização do bitcoin, ele usa o que tem como um verdadeiro investimento.
“Eu mantenho um piso lá. Vou investindo e, do lucro, tiro uma porcentagem. Se um dia quebrar, tive meus saques regulares. E eu não dependo disso hoje, é uma renda extra, uma possível pequena fortuna”, finalizou.
Ele não quis revelar quanto já lucrou com as moedas virtuais.

Especialista aponta vantagens e riscos

O consultor e pesquisador em segurança digital, Gilberto Sudré, pontuou características consideradas positivas e negativas quando o assunto é moeda virtual.
Ele explica que o que atrai muitos investidores é o fato de que a moeda não é gerida por um banco, e as transações não são controladas pelo governo.
“Não tem nenhum órgão controlador por trás, então não tem como tarifar ou controlar essa moeda. Foge do circuito normal de governo. Quando eu deposito em um banco, se eu quero movimentar uma quantidade de dinheiro grande, o governo fica sabendo. Se eu quero fugir disso, vou pro bitcoin”, disse.

Além disso, Sudré pontua que, nas transações, os investidores não são revelados. As carteiras digitais têm apenas números, que não identificam quem está pagando e quem está recebendo.
Como a prática pode abrir portas para transações de quantias cuja origem é ilegal, a Receita Federal passou a cobrar que os bitcoins sejam declarados.
Sudré também alerta para o risco de investir na moeda virtual. “É um ativo de risco, porque a cotação é lastreada em demanda, pode variar muito em um mesmo dia. Você pode investir uma grana e dali a três dias estar com 80% menos. É um risco altíssimo”, disse.
Mas o especialista reconhece que as moedas virtuais são, possivelmente, o futuro na área das finanças. “As criptomoedas em geral vieram para ficar. Pode até mudar de nome. Mas não vão acabar. A tecnologia por trás do bitcoin, que permite que faça autenticação de vários elementos sem precisar de um terceiro, ainda vai dar muitos frutos”, disse.
Diante das vantagens e dos riscos, o especialista pondera. “Não dá para demonizar o bitcoin e nem vê-lo como salvação da lavoura. É uma tecnologia que pode ser usada para o bem ou para o mal. Tem seus prós e seus contras”, concluiu.
O que é bitcoin?
É uma moeda virtual criada em 2008 e a primeira a usar criptografia. Ao contrário das moedas físicas, como o real ou o dólar, o bitcoin não é emitido pelo Banco Central de nenhum país. O responsável por sua "criação" é um programa de computador central e complexo, que vamos explicar mais adiante.
Uma peculiaridade do bitcoin, é que todas as suas transações são públicas e podem ser checadas por qualquer um. O que é exibido, no entanto, são os números das carteiras virtuais envolvidas na transferência e quanto foi enviado.A criptografia embaralha os dados para protegê-los e, no caso do bitcoin, é usada para manter as transações seguras e ocultas.
Moeda virtual, digital e criptomoeda são a mesma coisa?
Sim. Criptomoeda é o nome técnico empregado por conta do uso da criptografia. Já moeda virtual e/ou digital são sinônimos atribuídos porque a circulação dessa divisa ocorre apenas na internet.
Como comprar?
Para comprar bitcoin, é preciso instalar um software no computador ou smartphone e seguir as instruções para criar seu par de chaves criptográficas. Esse processo é automático e muito simples. Isso gera um "endereço bitcoin", uma carteira digital que funciona como um número de conta corrente.
É possível adquirir moedas de duas formas: em casas de câmbio específicas ou sendo um “minerador”, alguém que participa das transações e é recompensado com novos bitcoins por isso.
Como é o sistema de compra e venda?
As transferências de bitcoin acontecem entre as carteiras do comprador e do vendedor. A transação dura alguns minutos. Para ser efetivada, ocorre um processo complicado nos bastidores.
Todas as transações são reunidas em blocos. Cada bloco é ligado ao anterior por um elo, um código chamado "hash". Juntos, eles formam uma "corrente de blocos", ou "blockchain".
Os responsáveis por montar a "blockchain" são os chamados mineradores. Eles reúnem as transações que estão sendo incluídas na rede, mas ainda não foram colocadas em um bloco. Além disso, o minerador tem de calcular o "hash" certo para formar a ligação entre os blocos. Como os cálculos são bastante complexos, há um custo computacional bastante grande.
É por isso que computadores domésticos comuns não têm chance de competir com os mineradores profissionais, que fazem uso de supermáquinas para conseguir o maior número de tentativas no menor período de tempo.
O que ganham os mineradores?
Como recompensa por manter a rede funcionando, o minerador fica com uma certa quantia de bitcoin. Ele também ganha quando os envolvidos na transação querem que a transferência seja incluída logo no bloco. Para isso, têm de pagar uma taxa.

É seguro investir em bitcoin?
Bitcoin é considerado por especialistas em finanças um investimento de alto risco. A cotação da moeda oscila conforme a demanda por ela, em um sistema similar a uma ação na bolsa de valores. Nada garante que se você comprar um bitcoin ele valerá mais no futuro.
Bitcoin é ilegal?
As moedas virtuais ainda enfrentam questões em torno da sua regulamentação. Alguns países se mostram favoráveis ao seu uso, como Japão, Suíça Reino Unido e Estados Unidos. Outros, como Bolívia, Tailândia e Índia, proíbem algumas formas de transações financeiras com moedas que não são emitidas pelo governo.
Em ataques hackers, é comum que os criminosos solicitem pagamento em bitcoin para liberar, por exemplo, um sistema invadido. O motivo é que a compra e venda da moeda não é regulada e o nome dos investidores é sigiloso, o que dificulta a identificação dos suspeitos.
No Brasil, o bitcoin é regulado?
Não. Nem o Banco Central, nem a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) regulamentam aplicações em bitcoin.
O que diz o Banco Central do Brasil?
O Banco Central não recomenda o investimento em bitcoin. O presidente do BC brasileiro, Ilan Goldfajn, classifica o bitcoin como um investimento de alto risco e vê na moeda virtual indícios de bolha financeira.
É possível comprar algo com bitcoin?
Sim. Algumas empresas aceitam bitcoin como forma de pagamento. Apesar disso, sua aceitação ainda é restrita. O mais comum é trocar bitcoin por outras moedas em casas de câmbio e depois comprar o bem desejado usando dinheiro.
Infográfico: Como funciona o bitcoin (Foto: Igor Estrella/G1)Infográfico: Como funciona o bitcoin (Foto: Igor Estrella/G1)
Infográfico: Como funciona o bitcoin (Foto: Igor Estrella/G1)

Fonte: G1.com

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Tudo o que você já consegue comprar com bitcoin no Brasil e no mundo

Carro, viagens, apps: já passam de 11 mil os estabelecimentos que incluem a criptomoeda como forma de pagamento
Moeda digital Bitcoin (Foto: George Frey/Getty Images)

Carteira no bolso pode se tornar uma raridade no futuro. Usar moedas virtuais para a aquisição de produtos e serviços começa a ficar cada vez mais comum. 

Não acredita? É só dar uma olhada no mapa interativo Coinmap.org, que aponta os estabelecimentos que já trabalham com meios de pagamento descentralizados e é constantemente atualizado. Até o fechamento desta matéria, eram 11.277 locais cadastrados, a maioria no leste dos Estados Unidos e no oeste da Europa. 

Os produtos e serviços vendidos vão desde lanches do Subway a um carro Tesla Model S (que no Brasil é vendido a quase R$ 800 mil), passando pelo aplicativo de paquera OkCupid e pela ONG Save The Children, que desde 2014 aceita doações em criptomoedas.
Embora ainda bem incipiente, o mercado brasileiro já começa a abraçar a ideia. Pelo Coinmap.org, a região sudeste é onde está a maior concentração de estabelecimentos que aceitam a moeda virtual como forma de pagamento. São Paulo, Curitiba e Porto Alegre se destacam. No país, já são mais de 180 locais cadastrados no mapa.
Shopping Paço Alfândega, em Recife, será o primeiro do Brasil a aceitar bitcoins como pagamento em todas as suas lojas, estratégia que entra em ação em janeiro de 2018.

Segundo o economista e especialista em bitcoin Adilson Silva, do grupo global de consultoria e contabilidade Mazars Cabrera, embora a moeda ainda não seja regulamentada pelo Banco Central, os comerciantes podem se beneficiar ao aceitar a moeda virtual. “Eles ganham duas vezes: vendem o produto sem o desconto de taxas do banco e também se beneficiam da variação positiva da moeda", afirma. "É um caminho sem volta, assim como o cartão de crédito foi em sua época". 
Alguns poréns
Paradoxalmente, são justamente as vantagens do bitcoin que também criam empecilhos para a popularização da criptomoeda por aqui. O consultor da Mazars Cabrera observa que se a falta de regularização é boa por um lado, por outro há o risco de o governo cobrar taxas desvantajosas quando começar a olhar para isso. “E o comerciante também precisa lembrar que quando ele transformar esse valor em dinheiro, a Receita Federal cobrará imposto sobre a variação do valor de venda do produto e do dinheiro que ele retira depois”, diz. Em outras palavras, quando ele recebe em bitcoin, o ganho real é menor do que o aparente. 
A empresária Talita Noguchi, dona do bar, bicicletaria e oficina Las Magrelas, de São Paulo, decidiu aceitar pagamento em bitcoin, mas logo abandonou a ideia. “As pessoas me contatavam muito para entender por que a gente estava fazendo isso e como funcionava, mas ninguém queria pagar em bitcoin. Ainda mais agora com as notícias de valorização, todo mundo só quer guardar para investimento, ninguém quer gastar”, afirma. Ela conta que resolveu aceitar a forma de pagamento porque a tecnologia atravessava a lógica de circulação tradicional do dinheiro. “Já ganhei bastante dinheiro com bitcoin, mas hoje não vale mais a pena para mim”.
Já Max Alves, dono da franquia da agência de viagens Clube Turismo, de Porto Alegre, passou a aceitar o pagamento com a criptomoeda há um ano para todos os serviços, pensando em minimizar as taxas cobradas, principalmente sobre a contratação de pacotes por estrangeiros. Mas ainda se diz cauteloso. “A oscilação do mercado está muito grande, por isso decidimos parar de fazer a divulgação disso”, diz. A ideia é que em vez de curiosos que não entendem a lógica do bitcoin, a agência atraia quem já está habituado com a criptomoeda. 
Que tal abrir a carteira virtual? 
Com base nas informações do Coinmap.org, selecionamos uma lista de serviços e produtos que já podem ser adquiridos com bitcoin. Confira:

Alimentos
Os americanos já conseguem pagar seus lanches do Subway com a criptomoeda em algumas franquias da rede espalhadas pelo país. Em junho, uma loja do Burger King de Moscou, na Rússia, anunciou ser a primeira do mundo a aceitar bitcoins, e que em breve outras lojas do país fariam o mesmo. No Brasil, há várias opções, como uma unidade da doceria The Brownie Shop e a Tartuferia San Paolo, em São Paulo; o Bar do Beto, no Rio de Janeiro; e a Trapista Hamburgueria e Cervejaria, de Curitiba.
Transporte
Obviamente o empresário Elon Musk não perderia a chance de ser um dos pioneiros também nesse quesito. A Tesla já anunciou que comercializou um Tesla Model S com transações de bitcoin. Em São Paulo, a transportadora Rampoldi & Marques aceita a moeda virtual para o pagamento de suas entregas. Vai à Argentina e precisa de translado? Abra a carteira de bitcoins para comprar com a empresa Global Vip.
Viagem
Desde 2014, a Expedia, um dos maiores sites de viagem do mundo, aceita reservas para hotéis e pacotes usando a moeda virtual. Não é difícil achar agências pelo mundo que seguiram o mesmo exemplo. Existe inclusive a BtcTrip, que trabalha exclusivamente com bitcoins.
No Brasil, a sede de Porto Alegre da Clube Turismo começou a trabalhar com bitcoin em 2016. Se você está procurando um lugar para dormir, diversas hospedagens do Brasil já aceitam pagamento na moeda virtual, como a Kyrios, em Maresias (RJ), o Residencial Castor, em Natal (RN) e o Giramondo Hostel, de São Paulo (SP).
Doações
A ONG global Save the Children, que trabalha pelos direitos das crianças, aceita doações em bitcoins desde 2014. Na mesma época, a Wikimedia, fundação responsável pela Wikipedia, também resolveu seguir o mesmo caminho.
Outros
A lista de serviços que podem ser pagos em criptomoedas só aumenta. A Microsoft, por exemplo, vende em bitcoins apps, músicas e jogos de Xbox na sua loja virtual. A Bloomberg.com aceita bitcoin de seus assinantes e o aplicativo de relacionamento OkCupid libera uma lista de recursos premium em troca das moedas virtuais.
As universidades de Lucerne, na Suíça, e Draper, na Califórnia, aceitam bitcoins no pagamento de suas mensalidades e devem ser seguidas por outras faculdades ao redor do mundo.

No Brasil, é possível encontrar estúdios de fotografia, serviços de informática, clínicas de estética e outros estabelecimentos que já trocam serviços por moedas virtuais, como a Agência Carti, especializada em marketing digital e localizada na Vila Mariana, em São Paulo.
Fonte: http://epocanegocios.globo.com

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

A criptomoeda da vez



Volta e meia surgem burburinhos sobre uma nova altcoin revolucionária, “a criptomoeda da vez”. Muita gente comprando e recomendando alguma moeda como sendo a sucessora do Bitcoin. Seria a revolução dentro da revolução da criptoeconomia. Algumas eu enxergo como puro golpe e nem me dou ao trabalho de ler mais a respeito. Neste texto não estou falando delas, mas sim das criptomoedas que realmente tem algum fundamento técnico ou apresentam alguma novidade em relação as outras.
A necessidade de fazer transações na Internet é uma demanda real que não está sendo suprida atualmente pelo Bitcoin. A solução está sendo usar alguma altcoin como meio de pagamento. Mas se essa é a única necessidade, por que não usar o PayPal ou um banco?
É importante entender que o Bitcoin não é apenas um sistema de pagamentos. É muito mais que isso.
“O SISTEMA DO BITCOIN NÃO ESCALA”
Todos conhecem esse problema; não é novidade. Foi justamente a primeira crítica que Satoshi Nakamoto recebeu após publicar sua ideia na lista de criptografia. De lá pra cá esse assunto já foi muito debatido e foram propostas algumas soluções. Mas nada vai ser resolvido da noite pro dia. A manutenção de sistemas financeiros é arriscada, demorada e conservadora.
“MAS O QUE O SATOSHI QUERIA; MAS A PROPOSTA DO BITCOIN ERA…”
Não interessa a intenção que você supõe ser a do autor de uma façanha, mas sim os resultados. O adesivo do post-it deveria ser uma supercola, mas deu errado. O Viagra deveria ser um remédio para doenças do coração, mas deu errado. Ambos foram fracassos de sucesso.
“A MOEDA X É EXCELENTE, BEM MELHOR QUE O BITCOIN PARA FAZER Y”
Sim, existem milhares de moedas que são melhores que o Bitcoin para diversas funcionalidades. E muitas não possuem funcionalidades que o Bitcoin possui.
“A MOEDA X NÃO TEM TAXAS”
Não existe almoço grátis. As taxas do Bitcoin, apesar de irracionalmente altas atualmente, tem um propósito fundamental no sistema. É bom entender sua utilidade. Elas dão um custo base ao ativo além de servirem de incentivo para que mais mineradores atuem no mercado, aumentando assim a segurança do sistema. Algumas propostas de criptomoedas sem taxas podem ser atacadas com custos baixos.
“FIZ TRANSAÇÕES INSTANTÂNEAS COM A MOEDA X”
Tem certeza de que foram instantâneas? Muitas altcoins fazem transações em alguns segundos e outras de maneira instantânea. Transações instantâneas e baratas com Bitcoin são possíveis de serem feitas usando a Lightning Network, o OpenDime ou até alguma outra outra solução offchain, como cartões de débito.
“A MOEDA X ME PARECE PERFEITA”
Tem certeza de que não existem falhas? Muitos sistemas são perfeitos até falharem. Chegou a estudar a fundo o funcionamento dela? Tem conhecimento técnico pra isso? É muito raro encontrar discussões técnicas e fundamentadas com argumentos racionais. Normalmente vemos apenas afirmações banais como “eu gosto” ou “é lixo”.
“A MOEDA X VAI SUBSTITUIR O BITCOIN”


Será? Quanto você está apostando nisso? Essa é a opinião de todo entusiasta de todacriptomoeda. Se alguma delas vai mesmo substituir o Bitcoin, eu não tenho a mínima ideia. Por via das dúvidas, aposto em algumas que me parecem ser tecnicamente promissoras. Sim, talvez a ideia do Satoshi, por mais revolucionária que tenha sido, possa ser substituída por outra mais simples. Ou talvez não possa. Quem tem certeza? Qual a sua argumentação racional pra defender sua posição? E quanto custaria um erro nessa avaliação?
Fonte: portaldobitcoin.com