Tartuferia San Paolo, em São Paulo, foi o mais recente restaurante a anunciar o formato de pagamento
A conta, que fica em aproximadamente R$ 100 por pessoa, pode ser paga via carteira eletrônica através de um QR Code gerado na hora e lido por meio de smartphone. Além de funcionar como restaurante, as unidades possuem mercearias onde produtos próprios com ingredientes nobres são vendidos a preços atrativos.
“Somos os primeiros no Brasil, ninguém faz isso antes. Assim como fomos os primeiros a permitir pagamento em três vezes sem juros”, conta Lalo. Segundo ele, a facilidade do parcelamento fez com que o faturamento aumentasse em cerca de 30%, principalmente por conta do entusiasmo do cliente brasileiro com essa opção - e os números para a Bitcoin também são promissores.
“A gente divulgou no nosso Instagram, que tem quase 100 mil seguidores, e na mesma noite já tinha gente pagando com Bitcoin”, diz. “Claro que é um mercado ainda restrito, mas também é crescente. Esse diferencial gera um movimento que a pessoa vai, paga, conta para os amigos e gera esse marketing espontâneo”.
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A ideia de Lalo é incentivar o uso desse método de pagamento também através de promoções e condições diferenciadas. É interessante para o cliente e, para o restaurante, um negócio e tanto: não há taxas para transações financeiras pagas com a criptomoeda.
Todo o dinheiro arrecadado através dessa plataforma é comprado pela empresa que oferece a tecnologia, a recifense Coinwise. “Vi que eles tinham um stand lá [no Recife] e fui falar com eles. Tem até caixa eletrônico de Bitcoin, é muito legal”, conta Lalo.
Não é o primeiro estabelecimento comercial brasileiro a implantar esse método de pagamento, mas a Tartuferia pode fazer parte de uma nova era nesse sentido.
Explosão da bitcoin
Em 2014, o Bar do Zé Gordo, no Itaim Bibi, São Paulo, implementou o primeiro caixa eletrônico de Bitcoins no Brasil. A máquina, no entanto, teve de ser retirada no ano seguinte: segundo um atendente do local, muitos transeuntes demonstraram estar interessados em rouba-la, comparecendo ao estabelecimento com o intuito de examinar essa possibilidade. Desde então, criptomoedas não são mais aceitas por lá.
Na época, levantamentos estimaram que 50 estabelecimentos comerciais, com produtos diversos, aceitavam essa forma de pagamento no Brasil. Hoje, as estimativas são mais nebulosas, mas as conversas sobre Bitcoin estão cada vez mais entusiasmadas.
Isso porque desde o início deste ano, o preço da moeda praticamente quadruplicou e chegou ao recorde de US$ 4.320. Além disso, as competidoras começam a pegar fatias desse bolo: hoje, já existem mais de mil criptomoedas diferentes e muitas têm potencial de alta equiparável ao da pioneira.