sexta-feira, 22 de maio de 2020

O bitcoin rumo à etapa do ‘frenesi’

bitcoin

Caso você seja um leitor mais antigo desta newsletter, já deve ter lido alguma coisa no passado recente que escrevi sobre Carlota Perez.
Ela é autora do livro “Technological Revolutions and Financial Capital: The Dynamics of Bubbles and Golden Ages” e propõe uma análise de como as grandes inovações acontecem em nossa sociedade.
Segundo a autora, as inovações como máquinas a vapor, energia elétrica e até a internet passaram por quatro fases distintas: irrupção, frenesi, sinergia e maturidade. Além das quatro fases, é interessante saber que entre o frenesi e a sinergia existe um “crash” (ou “turning point”, um ponto de inflexão) que sempre põe em xeque o futuro da tecnologia.


O mais impressionante sobre o livro de Carlota é que ele foi escrito logo após a bolha das empresas ponto-com e, na obra, ela usa como exemplo a fase pela qual a internet estava passando, o turning point.
Não preciso dizer que ela acertou em cheio.
Após o estouro da bolha, as chamadas “empresas de tecnologia” voltariam a atrair a atenção dos investidores e entrariam em uma nova fase, a de desenvolvimento.
E em qual ponto da curva você acha que o mercado cripto se encontra?
Ainda estamos na fase de instalação, não tenho dúvidas.
Pelo que vimos em 2017, pode ser que alguns defendam que já passamos do turning point, mas discordo totalmente.
Mesmo analisando o frenesi com as ofertas iniciais (ICOs, na sigla em inglês), sabemos que naquele ano a classe dos criptoativos não atingiu nem a casa do trilhão de dólares, ordem de grandeza que foi atingida pelas empresas de tecnologia listadas na Nasdaq no auge da bolha da internet.
Além disso, a fase de frenesi descrita por Carlota está diretamente ligada a uma injeção de capital do mercado financeiro, o que não houve na bolha dos ICOs.
O dinheiro que inflou os preços das ofertas em 2017 era, em sua maior parte, de pessoas comuns que nutriam uma expectativa de ficarem ricas fácil e rapidamente.
Na verdade, o capital financeiro tradicional começa a entrar mais forte em 2018, quando o mercado retrai drasticamente.
De acordo com a Coindesk, nos três primeiros meses de 2018, foram captados mais recursos por meio de ICOs do que no ano de 2017 inteiro.
No ano passado, a tendência continuou, mas os ICOs saíram de moda, e outros meios de captação mais tradicionais voltaram ao jogo.
Por isso, acredito que o momento atual é provavelmente o que nos levará ao frenesi nesse mercado até 2022; sim, vamos passar por essa fase ainda, mesmo que quando ela estiver acontecendo tenhamos inúmeros argumentos para afirmar que “desta vez é diferente”.

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Possível carteira do criador do Bitcoin acaba de mover 50 BTC

O que aconteceria se Satoshi Nakamoto movimentasse seus Bitcoins ...
Mais de um endereço de carteira é vinculado ao criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto. O mais famoso é o 1A1zP1eP5QGefi2DMPTfTL5SLmv7DivfNa, que recebe doações frequentes de estranhos.
Contudo, uma carteira que recebeu uma recompensa de 50 BTC por minerar um bloco em 09 de fevereiro de 2009 acaba de mover seus fundos. A quantia, obtida um mês após a mineração do bloco gênese, foi dividida em duas transações nesta quarta-feira (20 de maio).
Consequentemente, a comunidade de criptoativos começou a se perguntar se Satoshi está de volta.

Satoshi voltou?

A carteira 17XiVVooLcdCUCMf9s4t4jTExacxwFS5uh transferiu os Bitcoins quase 7 da manhã desta quarta, horário de Brasília. O montante foi dividido em duas transações.
Uma das transações moveu 40 BTC para uma carteira nova, sendo sua primeira transação. Os outros 9,99968592 BTC foram movidos para outra carteira, também virgem, e já foram retirados. Os primeiros 40 BTC ainda estão na carteira de destino.
É possível ver as transações iniciais na imagem abaixo:
Tendo em vista que a carteira com 50 BTC possuía apenas uma transação e nunca operou desde 2009, a comunidade dos criptoativos começou a especular.

Comunidade inicia questionamentos

No Twitter, talvez a rede social mais movimentada por entusiastas de criptomoedas, usuários iniciaram as teorias.
Diversas perguntas começaram a surgir na superfície com a hashtag #satoshi. SpiryBTC, usuário com mais de 5 mil seguidores, deixou a pergunta no ar:
“Satoshi decidiu vender?! :)”
Outro usuário, impressionado, levantou a mesma hipótese:
“Wow! Bitcoin minerado em 10 de fevereiro de 2009 no bloco 3.654 foi gasto hoje. Seria Satoshi?”
Até mesmo o perfil Whale Alert, conhecido por noticiar movimentações de “baleias” de criptoativos, alertou sobre a transação:
👤👤👤 40 (391,055 USD) transferred from possible owned wallet (dormant since 2009) to unknown wallet

ℹ️ The coins in this transaction were mined in the first month of Bitcoin's existence.

Tx: https://whale-alert.io/transaction/bitcoin/cb1440c787d8a46977886405a34da89939e1b04907f567bf182ef27ce53a8d71 
3.758 pessoas estão falando sobre isso
“40 BTC transferidos de uma possível carteira de Satoshi (dormente desde 2009) para uma carteira desconhecida.
As moedas desta transação foram mineradas no primeiro mês de existência do Bitcoin.”
O analista e jornalista Joseph Young, contudo, não parece preocupado com a identidade. Focando no motivo, Young indagou:
50 BTC from Feb 2009 is moving.

That's just one month after first bitcoin block was mined. There is not a lot of people who can do this, perhaps close associates of Satoshi.

My question is why, not who, is sending 50 BTC for the first time in more than 10 years.
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“50 BTC de fevereiro de 2009 estão sendo movidos.
Isso é apenas um mês após o primeiro bloco de Bitcoin ser minerado. Não existem muitas pessoas que podem fazer isso, talvez associados de Satoshi.
Minha pergunta é por que, e não quem, 50 BTC estão sendo movimentados pela primeira vez em mais de 10 anos.”
Até mesmo a Binance tomou ciência da movimentação, embora não tenha especulado sobre se tratar ou não Satoshi. A exchange apenas publicou:
“Bitcoin Vintage.”
Por fim, o trader e investidor anjo Whale Panda tentou acalmar os ânimos:
11 year old coins (mined in February 2009) just moved.
This does not happen often.
Ver imagem no Twitter
Just for the record: this is not a known Satoshi address or anything. There were multiple miners even back then.
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“Só pra constar: esse não é um endereço conhecido do Satoshi ou algo do tipo. Existiam diversos mineradores, mesmo naquela época.”

Fonte: https://www.criptofacil.com/