quinta-feira, 17 de junho de 2021

John McAfee diz que ficou sem dinheiro e sem bitcoin: “Não tenho nada”

 



“Eu não tenho nada”, disse John McAfee na quarta-feira (16) no Twitter, ao se referir sobre sua atual condição financeira, declarando publicamente que não possui mais dinheiro nem bitcoin.

O ex-empresário, que frequentemente é tachado de multimilionário e lenda do Vale do Silício, está preso na Espanha desde outubro do ano passado e luta para não ser extraditado para os EUA, onde tem contas para prestar à Receita Federal americana (IRS). 

“Os EUA acreditam que eu escondi criptomoedas. Eu gostaria que fosse verdade, mas elas se dissolveram pelas muitas mãos da Equipe McAfee (acredite ou não), e meus bens restantes foram todos apreendidos. Meus amigos evaporaram por medo de associação. Eu não tenho nada. No entanto, não me arrependo de nada”, desabafou ele, que é um grande crítico do governo americano por conta da impressão de dinheiro.

Dias antes, também no Twitter, McAfee sugeriu que tem chorado por se sentir abandonado. No que ele chamou de “dia ruim”, ressaltou que ficaria surpreso se pelo menos 1% de seus seguidores lessem suas mensagens.

Processos contra John McAfee nos EUA

McAfee não é alvo das autoridades dos EUA apenas por sonegação de impostos, mas também é parte de uma investigação de um assassinato que ocorreu em 2012, ou seja, ele tem mais de uma década de conflitos no páis.

A família de Gregory Faull, morto a tiros naquele ano, acusou o empresário de envolvimento no crime que fugiu do país e desde então não colocou mais os pés em solo americano.

Mais recentemente, McAfee também foi indiciado por fraude e acusações de lavagem de dinheiro pela Procuradoria dos EUA. De acordo com a autoridade, o empresário orquestrou um esquema de pump and dump de criptomoedas e lucrou com ICOs (Oferta Inicial de Moeda).

O inglês, criado na Virgínia (EUA), é pioneiro no software antivírus que leva seu nome. Nos últimos anos em que esteve grande parte do tempo em seu barco, o ex-empresário era constantemente visto nas páginas dos jornais, tanto pelas polêmicas em torno de sua história quanto pela paixão pelo bitcoin.

Ele chegou a assumir publicamente que se negava a declarar impostos. Por sua vez, o IRS o procurava pela falta de declaração desde 2014.

Fonte: https://portaldobitcoin.uol.com.br/




quarta-feira, 16 de junho de 2021

Empresa listada na Nasdaq anuncia venda de mais 10.000 máquinas de mineração de Bitcoin

 



A empresa de mineração de bitcoin Genesis Digital Assets (GDA) encomendou 10.000 máquinas da Canaan, fabricante chinesa de hardwares. A negociação acontece menos de dois meses depois da empresa investir US$ 93 milhões na mineradoras Avalon, carro-chefe da companhia listada na Nasdaq.

De acordo com um comunicado nesta quarta-feira (16), o novo pedido é para AvalonMiners dos modelos A1246 e A1166Pro. O despacho das mineradoras deve ocorrer até o fim deste mês. 

“Nossa estratégia sempre foi crescer mais rápido do que o resto do mercado. Para alcançar isso, é necessário construir e lançar novos data centers”, comentou na nota o cofundador e presidente executivo da Genesis Digital Assets, Abdumalik Mirakhmedov. Segundo ele, com a nova aquisição, a empresa deve duplicar seu poder de mineração. 

“Estamos entusiasmados em anunciar este pedido de compra adicional da Genesis Digital Assets. Este é um avanço concreto da parceria estratégica de longo prazo de ambas as partes”, disse Nangeng Zhang, Presidente e CEO da Canaan, que ressaltou a negociação anterior, feita entre as empresas em abril. “Nosso objetivo é replicar esta fórmula de parceria de sucesso com mais clientes no exterior para solidificar ainda mais nossa presença nos mercados internacionais”, concluiu ele.

Valor do pedido

O valor do novo pedido, contudo, não foi divulgado, e a Canaan se recusou a comentar quando questionada pelo The Block. Contudo, comentou o site, o preço médio de uma Avalon de ponta como A1246 gira em torno de US$ 5 mil. A1166Pro é mais barata, com um preço médio de US$ 1.300, porém com menor poder de mineração.

A Genesis Digital Assets é subsidiária da Genesis Mining, uma das empresas de mineração mais antigas da China, fundada em 2013. A GDA foi criada para se dedicar na construção de operações de mineração de bitcoin em escala industrial. No site institucional, a empresa afirma que sua missão é construir a maior e mais lucrativa operação de mineração de Bitcoin do mundo até 2025.

Mineração autossuficiente

Por outro lado, a Genesis Mining segue seus planos de tornar a atividade de mineração autossuficiente em energia onde criou sua base na Suécia. Lá, seu projeto prevê a utilização do excesso de calor de sua produção para aquecer estufas para apoiar o governo local na produção de alimentos, ou seja, “resíduos convertidos em recursos”, como afirma a empresa em seu site.

Para o piloto, a Genesis Mining criou contêineres de armazenamento de mineração de Bitcoin especiais que são conectados à estufa por meio de um sistema de duto de ar customizado usado para transferir o excesso de energia.

Além da agricultura em estufas, o calor também pode ser usado para a criação de peixes, insetos e algas, e também para secar biomassa ou frutas e vegetais.

Além da agricultura em estufas, o calor também pode ser usado para a criação de peixes, insetos e algas, e também para secar biomassa ou frutas e vegetais.




Fonte: https://portaldobitcoin.uol.com.br/

terça-feira, 15 de junho de 2021

O bitcoin pode destruir um país?

 


Foi a notícia econômica do ano. E ninguém ainda é capaz de prever seus efeitos. O jovem presidente de El Salvador, Nayib Bukele, de 39 anos, anunciou que o bitcoin será uma nova moeda oficial na economia local, como já é o dólar. Assim, a nação centro-americana se torna o primeiro lugar do mundo a aceitar oficialmente a criptomoeda. De acordo com a agência Reuters, o Fundo Monetário Internacional (FMI) vê preocupações econômicas e jurídicas na decisão. Entenda o que levou o governo a essa decisão, quais seus maiores riscos e quem é o político por trás desta jogada disruptiva.

O PRESIDENTE

Millenial. Não há como falar da decisão que balançou organismos financeiros planetários, como o FMI, sem tratar de Nayib Bukele. Sua família é de origem palestino-cristã e o pai se converteu ao islamismo. O jovem presidente salvadorenho fará 40 anos dia 24 de julho. É um millenial. E assim se comporta. Vive tuitando – anunciou que adotaria o bitcoin por ali. Seu canal no Twitter tem 2,7 milhões de seguidores. Claro que nem todos são cidadãos salvadorenhos, mas a maioria esmagadora é. Equivale a 41% da população do país. Seria como a conta de Bolsonaro carregar 87 milhões de seguidores (tem muito menos: 6,7 milhões).

Carreira. Com 30 anos, foi eleito por uma coalização liderada pelo partido de esquerda FMLN para o cargo de prefeito de uma pequena cidade (Nuevo Cuscatlán). Adotou políticas de proteção social e incentivo à educação por meio de bolsas estudantis. Três anos depois, foi eleito (ainda pelo FMLN) prefeito da capital do país, San Salvador. Em 2017, rompeu com o partido de esquerda e mudou-se para um de centro direita. Em 2019, foi eleito presidente.

Política de governo. El Salvador tem 6,5 milhões de habitantes (do tamanho da cidade do Rio de Janeiro) e um PIB de US$ 27 bilhões (metade do de Brasília). Fica entre Guatemala e Honduras, na costa oeste, de frente para o Pacífico. Bukele montou um gabinete com oito homens e oito mulheres. Na política externa, estava alinhado com os Estados Unidos, mas se distanciou recentemente desde que parte de seu grupo foi acusado de desvio de dinheiro por Washington. Por outro lado, Bukele se aproxima da China, que planeja investimentos em infraestrutura, em especial no projeto Surf City, que pretende transformar a costa do país num destino turístico. No âmbito interno, em maio, junto do Congresso, destituiu os juízes da suprema corte e o procurador-geral, num ato considerado de autoritarismo. Sua popularidade em dois anos de governo nunca ficou abaixo dos 85%.

BITCOIN, O QUE MUDA

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A Lei. Anunciada pelo presidente dia 5 e aprovada pelo Congresso três dias depois, a lei determina que o bitcoin pode ser usado em qualquer transação e que toda empresa deverá aceitar o pagamento na criptomoeda, exceto aquelas que não possuam tecnologia para tal. “Cada restaurante, cada barbearia, cada banco, tudo pode ser pago em dólares americanos ou bitcoin e ninguém pode recusar o pagamento”, disse o presidente Bukele em um hangout.

Câmbio. A taxa de câmbio entre as duas moedas (dólares e bitcoins) será estabelecida pelo mercado.

Fundo. A lei prevê mecanismos para minimizar riscos à população. Um fundo fará a troca da criptomoeda por dólares para qualquer salvadorenho ou pequenas empresas que queiram ficar longe de oscilações. “Eles precisam aceitar o bitcoin, mas não precisam correr o risco”, disse o presidente Bukele. “O objetivo do fundo fiduciário não será ganhar dinheiro, mas ajudar a tornar o bitcoin uma moeda com curso legal.”

Incentivos. Haverá ainda incentivos para atrair investidores estrangeiros. El Salvador é um dos poucos países do mundo sem impostos sobre a propriedade e promete também não ter imposto sobre ganhos de capital em bitcoin. E o país oferecerá residência permanente imediata para quem investir em criptomoeda na economia salvadorenha.

BITCOIN. OS RISCOS

Volatilidade. Disparadamente, trata-se do maior risco. No começo de janeiro, 1 bitcoin era vendido a US$ 29 mil. No meio de abril chegou a US$ 62 mil e domingo (13) a US$ 39 mil. Uma gangorra capaz de colapsar o cidadão médio de qualquer país. Por esse motivo El Salvador pensou na criação do fundo para os moradores locais que queiram trocar seu bitcoins por dólares imediatamente.

Dinheiro suspeito. Outro ponto que chama a atenção dos críticos é que o bitcoin, por dificilmente ser rastreável, facilitaria crimes como lavagem de dinheiro, corrupção ou extorsão. Ciberataques cada vez mais são feitos para pedir das empresas e instituições vítimas pagamento em criptomoedas.

BITCOIN VANTAGENS

Desbancarizados. Como ocorre em países pobres e desiguais, parte considerável da população acaba não tendo acesso ao sistema bancário. Segundo o Ministério da Economia de El Salvador, no país 70% dos habitantes não têm acesso a serviços financeiros tradicionais. Com a Lei do Bitcoin, basta um celular e conexão à internet para se tornar um bancarizado. Maior quantidade de dinheiro em circulação e em maior velocidade significa crescimento da economia.

Remessas. Parte da população salvadorenha migrou, em especial para os Estados Unidos, para fugir da pobreza. Estima-se que cerca de 20% do PIB do país venha de remessas feitas por seus cidadãos vivendo no exterior. No ano passado, apesar da pandemia, foram US$ 6 bilhões recebidos dessa maneira. Com a criptomoeda a desintermediação (taxas podem morder hoje até 30% das remessas) significa dinheiro diretamente no bolso da população.

El Salvador fez seu all in. E o mundo vai olhar para lá como nunca antes.


Fonte: https://www.istoedinheiro.com.br/