quarta-feira, 23 de junho de 2021

John McAfee é encontrado morto na prisão em Barcelona

 Morreu nesta quarta-feira (23) aos 75 anos John McAfee. Conhecido pela fundação da empresa de segurança digital que carrega seu sobrenome e foi adquirida pela Intel em 2010, ele foi encontrado morto em sua cela na cidade de Barcelona.

McAfee estava detido no presídio de Brians 2, como informa o site El País. O Departamento de Justiça da Espanha afirma que tudo indica um suicídio.

O pioneiro esperava extradição para os Estados Unidos. Ele fora detido no aeroporto de Barcelona quando deveria pegar um voo para a Turquia em outubro de 2020, sob acusação de sonegação de impostos e ocultação de renda. Segundo a Bloomberg, ele teria escondido por anos em suas declarações bens imobiliários e um iate. Os valores devidos chegam a US$ 4,2 milhões.

Ele era procurado pela Interpol com código vermelho, o que o colocava na categoria de pessoas mais procuradas do mundo.

Em sua defesa, seus advogados afirmavam que sua prisão era política. Como ativista e entusiasta das criptomoedas, McAfee alegava que havia sido detido por criticar o sistema monetário, que o transformou em "inimigo público número 1". A Justiça espanhola não julgou a afirmação procedente.

Além dos problemas que o levaram à prisão em Barcelona, McAfee também acumulava outras questões judiciais. Ainda em março deste ano, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos o acusou de ocultar US$ 23 milhões em renda com criptomoedas.

Uma vida polêmica

John McAfee teve uma vida movimentada. Desde que deixou sua empresa de segurança digital, que mais tarde seria vendida para a Intel por mais de US$ 7 bilhões, ele viu seu nome ser envolvido em todos os tipos de acusações, inclusive de homicídio. Ele chegou a ser tema do documentário Gringo: A Perigosa Vida de John McAfee.

O filme relata que ele contratou um assassino por US$ 5 mil para torturar e matar Greg Faull, seu vizinho em Belize, além de sequestrar e mutilar com facas e tasers David Middleton, um homem local que havia roubado a sua casa e que viria a morrer no hospital pouco tempo depois com seis ferimentos com faca.

John McAfee acumulou polêmicas ao longo da vida (Imagem: Gage Skidmore/Wikimedia Commons)

Em 2018, McAfee chegou a anunciar sua intenção de concorrer à presidência dos Estados Unidos na campanha de 2020, o que não se concretizou. No mesmo ano, ele foi internado no hospital e afirmou que sofrera uma tentativa de homicídio por seus inimigos.

Os últimos anos de sua vida também foram marcados por uma série de ações de jogadas de marketing para promover criptomoedas e seus produtos ligados a esse mundo. Também em 2018, ele anunciou a Bitfi, uma carteira "à prova de hackers" para armazenamento de Bitcoins, com a promessa de quem conseguisse invadir o produto receberia US$ 100 mil. Bastou uma semana para que fossem demonstradas as primeiras vulnerabilidades, mas McAfee se recusou a pagar a quantia.

A última vez que alguma de suas jogadas o levou aos holofotes foi em agosto do ano passado, quando ele afirmou que tinha sido preso na Noruega por usar uma calcinha no rosto no lugar de uma máscara contra a Covid-19. No entanto, ele sequer esteve no país escandinavo; McAfee entrou na Alemanha em voo vindo da Califórnia, o que o obrigaria a realizar quarentena no país. Em vez disso, ele preferiu seguir para a Bielorrússia, onde não havia tal exigência, mas ele precisou ser escoltado por um policial.

Fonte: El PaísBloomberg

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