O Bitcoin e o mercado de criptomoedas como um todo voltam a cair nesta quinta-feira (9) após respiro no final do dia de ontem em meio a uma audiência no congresso dos Estados Unidos sobre regulação de ativos digitais.
Os diretores executivos Jeremy Allaire, da Circle, Sam Bankman-Fried, da FTX, Brian Brooks, da Bitfury, Charles Cascarilla, da Paxos, Alesia Haas, da Coinbase, e Denelle Dixon, da Stellar Development Foundation, responderam por quase cinco horas a perguntas de 40 deputados americanos sobre lastro de stablecoins e casos de uso de criptoativos.
As falas, especialmente envolvendo cobranças por maior clareza regulatória, foram consideradas positivas em um primeiro momento por indicarem que os reguladores americanos estão dispostos a criar regras específicas para o setor, sem adotar normas já existentes para bancos e o mercado financeiro.
No entanto, os preços recuaram novamente na abertura dos mercados asiáticos. Às 7h04, o Bitcoin (BTC) oscila outra vez abaixo de US$ 50 mil após ter chegado a flertar com os US$ 51 mil ontem, e é negociado a US$ 49.181, em queda de 2% no dia.
Por outro lado, indicadores técnicos do ativo digital apontam para o maior nível de sobrevendido desde setembro deste ano, quando a criptomoeda se recuperou de US$ 43 mil e atingiu US$ 67 mil em 20 dias. Já o Índice de Medo e Ganância, que mede o sentimento de mercado, está em seu menor nível desde as mínimas de julho, quando o BTC valia US$ 30 mil. Segundo analistas, o importante neste momento seria manter o preço acima dos US$ 46 mil.
A maioria das criptos com maior valor de mercado segue na mesma direção do Bitcoin, mas com ritmo menor de queda. O Ethereum (ETH) cede 0,6%, para US$ 4.316 , e a Cardano (ADA) cai outros 0,9% e opera a US$ 1,37 – suas perdas, no entanto, já passam de 11% no acumulado da semana.
Já a Terra (LUNA), concorrente da Cardano e do Ethereum, segue em alta e assume a 10ª no ranking global de criptomoedas por valor de mercado, à frente de Dogecoin (DOGE), Shiba Inu (SHIB) e Avalanche (AVAX). O ativo que tem sua própria stablecoin, a UST, sobe 10% hoje e acumula alta de 35% no último mês.
Entre as 100 maiores criptos, o destaque do dia é o Near Protocol (NEAR), que dispara 18% após ser liberado para negociações na plataforma MoonPay, que tem mais de cinco milhões de usuários. A cripto de metaverso Gala (GALA) avança 12,5% e a Celo (CELO) segue no mesmo caminho, engrenando 11,6% hoje após ser escolhida pelo serviço de vaquinha virtual Kickstarter para servir de base para a criação de uma versão descentralizada em blockchain.
Na ponta negativa, os piores resultados do dia são de Bittorrent (BTT) e Spell Token (SPELL), que corrigem entre 11% e 12% após rali ontem. Já o Bitcoin SV (BSV) perde 10,4% mesmo após seu fundador, Craig Wright, vencer uma batalha judicial nos EUA que envolve a identidade real de Satoshi Nakamoto, o inventor do Bitcoin.
Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h04:
As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:
As criptomoedas com as maiores baixas nas últimas 24 horas:
Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:
Veja as principais notícias do mercado cripto desta quinta-feira (9):
Kickstater anuncia plano para descentralização em blockchain
O serviço de crowdfunding Kickstarter anunciou a criação de uma nova empresa focada na criação de uma plataforma descentralizada utilizando a blockchain Celo.
O objetivo é criar um protocolo de código aberto que dê origem a uma versão descentralizada da funcionalidade de vaquinha virtual, de modo a permitir que o maior número possível de pessoas possa dar vazão a seus projetos criativos, disse a empresa em nota na quarta-feira (8).
A blockchain Celo foi escolhida por causa de “seus esforços para minimizar o impacto ambiental (e se concentrar na acessibilidade global por meio do acesso móvel ao blockchain)”.
De acordo com a Bloomberg, o desenvolvimento do novo protocolo começará no primeiro trimestre de 2022. Ainda no ano que vem, assim que a nova plataforma estiver pronta, o Kickstarter planeja migrar seu site atual para o novo sistema.
Mineração de Bitcoin se recupera de banimento na China
O hashrate de Bitcoin, taxa de que mede o poder de computação dedicado à rede da criptomoeda, registra quase total recuperação dos níveis de maio, pouco antes de a China banir a mineração do país e forçar uma migração em massa de empresas que atuam no setor.
Na época, pairava forte dúvida na indústria de criptomoedas sobre como a rede de mineração iria se reestruturar, considerando que mais de 70% do poder computacional que dá segurança à blockchain vinha de mineradores chineses. Segundo dados do site BTC.com, a taxa global caiu pela metade entre maio e junho, mas voltou a se recuperar a partir daí.
Desde então, países como o Cazaquistão e os Estados Unidos se tornaram locais alternativos para mineradores, o primeiro com energia barata, e o segundo com energia renovável e outros incentivos para negócios. Nesta semana, o hashrate finalmente chegou perto do pico de maio, e marcou 182,83 exahashes por segundo (EH/s), pouco abaixo de 190,55 EH/s vistos há sete meses.
O aumento do número também indica maior interesse por empresas na mineração de Bitcoin, atividade que é recompensada com 6,25 BTC a cada 10 minutos. Ao mesmo tempo, relatórios semanais da casa de análise Glassnode apontam que mineradores estão entre os detentores da criptomoeda que vêm reduzindo a liquidação de ativos no mercado. Historicamente, o comportamento indica perspectiva de alta de preço.
CEOs de empresas de criptomoedas pedem regulamentação branda nos EUA
Executivos do setor de criptoativos defenderam a adoção de uma regulação branda durante audiência no Comitê de Serviços Financeiros do Congresso dos EUA, realizada ontem.
Diretores executivos das empresas Circle, FTX, Bitfury, Paxos, Coinbase e Stellar Development Foundation foram convocados para darem sua opinião sobre a criação de um marco regulatório para o setor. Eles responderam por quase cinco horas a perguntas de 40 deputados americanos sobre lastro de stablecoins e casos de uso de criptoativos, além da eficiência do Proof of Stake (Prova de Participação).
O ex-chefe do OCC (Escritório do Controlador da Moeda) e hoje CEO da Bitfury, Brian Brooks, disse defender o estabelecimento de um ambiente pró-cripto nos EUA e culpou a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) por impedir a aprovação de produtos financeiros baseados em cripto, a exemplo do ETF de Bitcoin à vista.
Os depoimentos foram considerados positivos e indicativos de que a indústria de criptos não deverá ser obrigada a seguir as mesmas normas aplicadas ao mercado financeiro e aos bancos.
Câmara aprova PL que regula criptomoedas no Brasil
A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (8) o Projeto de Lei 2303/15, do deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), que prevê a regulamentação, por órgão do governo federal, da prestação de serviços de ativos virtuais. A proposta será enviada ao Senado.
De acordo com o texto, serão consideradas prestadoras de serviços de ativos virtuais as pessoas jurídicas que executam serviços como troca, em nome de terceiros, de moedas virtuais por moeda nacional ou estrangeira; troca entre um ou mais ativos virtuais; transferências deles; custódia ou administração, mesmo que de instrumentos de controle; e participação em serviços financeiros e prestação de serviços relacionados à oferta por um emissor ou venda de ativos virtuais.
“A Receita Federal já reconhece mais de R$ 127 bilhões sendo transacionados no Brasil e a falta de regulamentação provocou a possibilidade de fraudes”, disse Aureo Ribeiro. Leia mais aqui.
Há ainda outros dois Projetos de Lei em discussão no Senado. A Comissão de Assuntos Econômicos da casa debate os PLs na manhã de hoje.
Fonte: https://www.infomoney.com.br/
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